Atualmente, as organizações, universidades e o mercado de trabalho exigem e valorizam a criatividade e a inovação, habilidades que são poucos trabalhadas e incentivadas durante os ensinos fundamental e médio.
Entretanto, ironicamente, na educação infantil os professores estimulam a criatividade e o famoso “pense fora da caixa”, que é uma rotina nas salas dos pequenos e passa a ser exceção entre os maiores. Basta observarmos a disposição das carteiras, a estrutura das salas de aula e as metodologias aplicadas nas séries iniciais para percebermos que a ludicidade, a liberdade de pensamento e o incentivo à criatividade e inovação são marcas registradas das aulas.
Com o avanço na escolaridade, as salas e suas carteiras mudam a disposição e o objetivo principal passa a ser colocar os estudantes dentro das “caixinhas” – carteiras -, com pouca liberdade de pensamento e espaço para criar. Inicia-se um processo de acúmulo de conteúdo, com pouco ou nenhum estímulo à criatividade.
Isso permanece até o ensino médio, que agrava a situação com a pressão no adolescente para a escolha de uma carreira e a aprovação no vestibular. Então o jovem, agora universitário, começa a ser incentivado a sair da caixinha, a pensar de forma criativa, a produzir conteúdo, produto e/ou serviço – preferencialmente inovadores. Como exigir proatividade e liberdade de pensamento quando há um salto entre a educação infantil e a universidade no que diz respeito ao processo criativo?
O que começa muito bem é interrompido por anos e exigido instantaneamente na chegada a tão sonhada universidade. Um grande desafio para os professores universitários, aos quais cabe a missão e responsabilidade de despertar em seus alunos o potencial criativo há tanto tempo trancado na “caixinha”.
O empreendedorismo é uma disciplina que busca retomar este processo criativo, além de diferentes metodologias de ensino e trabalhos como estudos de caso, portfólios, criação de protótipos, galerias, startups, entre outras estratégias. São recursos utilizados para buscar despertar a criatividade adormecida desses alunos.
Podemos dizer, então, que criatividade e inovação se aprendem na escola?
A “escola design Thinking echos” propõe importantes conceitos e definições. “A criatividade existe como uma habilidade que libera um potencial que nossa mente tem. Ela existe dentro da nossa mente e pode ser canalizada para a ação. Já a inovação está mais ligada à ação. Inovação é criar ou propor mudanças em sistemas considerados estáveis”.
Nunca é tarde demais para despertar a criatividade que está dentro de nós. Basta incentivo e promoção de cenários que estimulem e valorizem o pensamento livre e criativo, a liberdade de testar, acertar ou errar e avançar para novos modelos, estruturas, produtos, serviços e tecnologias.
Cada vez mais o mercado de trabalho valoriza e prioriza pessoas criativas, inovadoras e proativas, que vão além do simples domínio dos conteúdos.
Respondendo à pergunta, sim!! Criatividade se aprende na escola e deve ser estimulada ao longo dos anos e em todos os níveis da escolaridade.
Autora: Fabiana Kadota Pereira é especialista em Recreação e Lazer e professora nos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física do Centro Universitário Internacional Uninter.