BRASÍLIA – Senadores independentes e da oposição definiram na noite de quarta-feira,28, o cronograma de convocações da CPI da Covid para os próximos dias. O colegiado deve começar ouvindo os ex-ministros da Saúde do governo Jair Bolsonaro, Eduardo Pazuello, Nelson Teich e Luiz Henrique Mandetta; o atual ministro da pasta, Marcelo Queiroga; e o ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten. As informações foram confirmadas ao GLOBO pelo presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-MA). O plano de trabalho será apresentado hoje pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL).
Na próxima terça-feira, a CPI deve ouvir os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta, pela manhã, e Nelson Teich no período da tarde. Na quarta, parlamentares reservaram o dia todo para o depoimento de Eduardo Pazuello, um dos mais aguardados. No dia seguinte, será a vez do atual ministro Marcelo Queiroga e do diretor-geral da Anvisa, Antonio Barra Torres. Na outra semana, está prevista a oitiva do ex-secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, e de representantes da Pfizer.
O cronograma foi definido em reunião do grupo intitulado como “G7”, composto por sete senadores da oposição e da ala independente. O encontro ocorreu no apartamento do presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), em Brasília. Por serem maioria, o acordo firmado entre eles sobre as datas das convocações deve ser aprovado com facilidade no colegiado, que possui 11 membros no total.
Diferente do que era esperado, o ministro Paulo Guedes não deve ser ouvido inicialmente. Omar Aziz tem defendido que a convocação de Guedes poderia prejudicar a imagem do Brasil em momento delicado para a economia e seria preciso ter uma justificativa mais consistente. Além disso, o relator do colegiado, Renan Calheiros (MDB-AL), é próximo ao ministro. A convocação do ex-chanceler Ernesto Araújo também não consta no cronograma inicial e deve ficar para depois.
Na reunião de quarta, os senadores do G7 desistiram da ideia de criar subrelatorias na CPI para distribuir temas entre alguns senadores. Eles avaliam que, ao dividir os assuntos, o grupo dos governistas poderia aproveitar para “desvirtuar a CPI”.
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Por Julia Lindner
Foto: ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello Foto: Anderson Riedel / PR