A possibilidade de transferir o circuito Barra-Ondina para o Centro de Convenções, na Boca do Rio, em Salvador, veio novamente à tona nos últimos dias. A discussão em torno do tema costuma ser polêmica e envolve opiniões diferentes de associações e entidades como o Conselho Municipal do Carnaval (Comcar), moradores, comerciantes, Polícia Militar, representantes do setor hoteleiro, entre outros.
Na segunda-feira (6), o BNews conversou com o diretor de Comunicação e Relações Públicas da Associação de Moradores e Amigos da Barra (Amabarra) Waltson Campos. Ele conta que desde 2017 a instituição vem pleiteando uma cadeira junto ao Comcar para tratar do assunto.
“Lá eles ouvem várias entidades, tem PM, hoteleiros, donos de camarotes, mas as comunidades são colocadas de escanteio e isso a gente vem tentando faz tempo, mas não conseguimos. Já chamamos os gestores, fomos ao Ministério Público para tentar moldar um novo formato, nós não somos contrários ao carnaval aqui na Barra, somos contrários ao modelo atual, trio e camarote. Observamos que o número de pessoas está crescendo e com isso veio trazendo outros problemas, aumentados pela quantidade de apresentações que vieram pra Barra depois que grandes artistas deixaram de se apresentar no Campo Grande. A violência aqui aumentou muito porque a polícia já não consegue chegar aos pontos críticos”, disse.
Campos ressaltou que ao receber a notícia de que havia sido levantada a possibilidade de mudança no circuito, que a Amabarra tentou contato com a prefeitura, mas “ninguém quis falar” sobre o assunto.
“Do jeito que está é uma tragédia anunciada e vai pegar mau pra quem estiver gerindo tudo isso. Somos favoráveis que se não der para transferir todo que mude a grade pra que não fique concentrado apenas aqui na Barra, não somos contra o carnaval e estamos dispostos a conversar. As vezes fica parecendo que os moradores que não querem, mas tanto os moradores daqui como de Ondina são colocados em escanteios e acho que não é bem por aí, acho que deveria ter uma conversa com todos os atores do carnaval”.
Nas redes sociais da Amabarra, moradores comentaram sobre a possível mudança. “Tomara que essa proposta dê certo. O pessoal da Barra não aguenta mais a bagunça do carnaval”, comentou uma internauta.
“Eles nunca ouviram os moradores e vao ouvir agora? Kkkk piada, eles [vão] fazer o que for melhor para os bolsos deles moradores que pagam o IPTU ficam com as calçadas quebradas e uma notificação para consertar depois do carnaval dentre outros prejuízo como os muros, mal cheiro e fechamento dos imóveis que deveriam ser obrigação pois gasto em média 2mil reais para fechar a fachada”, escreveu outra. “Aqui fica muito apertado no carnaval. A Barra fica toda destruída no carnaval”, opinou outra moradora.
Comcar e Saltur
A reportagem entrou em contato com o Comcar, mas não teve retorno, e a Empresa Salvador Turismo (Saltur) afirmou desconhecer a informação.
BNews