Na última quarta-feira (25), a União dos Estudantes Secundaristas de Petrolina – UESP participou de uma Live transmitida pelo YouTube, no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora. Organizada pelo Grupo Univasf com Bônus – GUB, com participação da educadora Mary Ann Saraiva. Em mesa redonda foi abordada a importância da implantação do bônus regional nos campi da UNIVASF de Pernambuco, Bahia e Piauí, bem como do aumento de cotas de 50% para 60% para estudantes de escola pública que vem sendo solicitado à UNIVASF através das campanhas Incluir para Democratizar e Univasf com Bônus.
Na conversa, o GUB relatou que apesar da dificuldade encontrada, o grupo segue com muita força, em luta juntamente com a UESP para que a UNIVASF aplique a bonificação regional na universidade, aqui na região, com a taxa de 15% em cima da nota do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM.
“Estamos muito felizes em realizar mais essa live e percebemos cada vez mais que tem sentido a luta que estamos travando, e a recepção da sociedade nos anima a continuar por uma causa que é de todos. O GUB sempre foi um movimento estudantil, e por isso sempre foi muito orgânico, então não temos uma liderança, temos muitas pessoas empenhadas em uma UNIVASF mais justa. Nesse último ano percebemos um grande avanço no sentido das articulações do bônus, com as gerências regionais, como a GRE e o NTE, além da UESP, e também do apoio na UNIVASF, dos professores, e de diversas figuras públicas que estão conosco” relatou Paulo Henrique Santos, vestibulando e membro do GUB.
Na Live também foi abordado que essa política já está sendo adotada em outras cidades do país. O que demonstra cada vez mais que a UNIVASF, enquanto tarda em adotar essa bonificação, prejudica estudantes de todo o sertão, uma vez que não oferta esta política de acesso que ampliaria o ingresso dos estudantes nas universidades de sua cidade. Mary Ann Saraiva, além de outras preocupações, comentou sobre a adoção do bônus regional na UFPE, UFRN, UFAL, e outras universidades que já adotaram esta política e como acontece a distribuição da nota e reforçou a importância da participação de estudantes, pais, mães e da aceitação pelo Conselho Universitário (CONUNI), que pela primeira vez discute o bônus.
“Em alguns cursos como Medicina Veterinária, Psicologia, algumas Engenharias e Medicina, a exclusão de jovens é muito grande. Então, gostaria de questionar se o jovem sertanejo pode sonhar em ser médico, e se o sonho profissional é para todos. Por isso é tão necessário se pensar que, o Conselho Universitário de todas as universidades de Pernambuco, e as que têm campi no interior do Nordeste, além das Universidades do Norte, com exceção da UNIVASF, decidiram utilizar essa política que o MEC assegura, assumindo mais compromisso com o desenvolvimento regional. A Univasf também tem esse compromisso, mas pode ter muito mais. Então você que faz parte do CONUNI pode mudar a história de dezenas de jovens”, provocou a educadora.
Também foram apresentados dados numéricos sobre como a nota da UNIVASF é muito maior em relação às demais. Analisando, por exemplo, o curso de Medicina do SISU 2021 em Ampla Concorrência, a UPE/Recife que já tem a política de bônus, tem a nota de corte de 774,92 e, com a bonificação, vai para 861,03. Já na UFPE, que também adotou a política, de 773,77, o aumento vai para 859,75. No entanto, nos campi da UNIVASF de Petrolina e Paulo Afonso, que não têm a bonificação tem as notas 794,62 e 792,78 respectivamente, o que demonstra a desigualdade no processo de ingresso.
Paolo Presta, diretor da UESP, que apresentou a organização, elencou os pontos principais da campanha e falou sobre o valor de lutar por mais direitos. “A política de bonificação já era uma discussão que tinha sido pautada anos atrás, e que infelizmente não passou na UNIVASF, enquanto outras universidades aprovaram o bônus em sua primeira discussão. Então a UESP resolveu abraçar essa causa para lutar por mais inclusão do estudante sertanejo, pois a proposta é que sejamos maioria nos cursos e possamos contribuir com o desenvolvimento local, já que muitos estudantes que vêm pra cá ocupam 75 ou 85% das vagas, muitas vezes se formam e voltam para seu estado de origem. Quando a UNIVASF leva muito a sério a integração de pessoas de fora, acaba sendo às custas da exclusão dos estudantes sertanejos. Então a gente viu que era importante essa bonificação de quinze por cento para o aumento da inclusão e aumentar a cota para escola pública de cinquenta para sessenta por cento”, disse.
O encerramento aconteceu com a frase de Mary Ann Saraiva, antes também pronunciada por ela, para promover a reflexão de quem ainda tem dúvidas ou acredita que a política de bonificação foge à meritocracia: “Defender apenas a meritocracia, ignorando que temos um país com tantas desigualdades, acaba sendo uma injustiça. Para enfrentar desigualdades é preciso Políticas Públicas Inclusivas”.
A Live ficou salva e está disponível pelo link https://www.youtube.com/watch?v=XncnUN-iemI. Para mais informações sobre a campanha Incluir para Democratizar acesse @uespoficial no Instagram e Facebook, ou pelo blog https://uespoficial.medium.com/. E sobre a bonificação, acesse @univasfcombonus pelo Instagram. Sobre os dados disponibilizados, também é possível solicitar o acesso com ambas as organizações.
ASCOM UESP
Delta Comunicação
Andressa Silva
Jornalista em Multimeios