PAULO AFONSO – Inicialmente, o projeto de suplementação orçamentária, na ordem de 16 milhões de reais, tirados de outras pastas para a Saúde, seria aprovado na sessão ordinária desta quarta-feira (17), a pedido do governo que, como foi explicado, tem o recurso, mas não tem o Orçamento.
O Orçamento é uma peça autorizativa e o governo teria como fazer os remanejamentos por decreto, porém, optou por enviá-lo à Casa para dar mais transparência. Nesse ponto, a líder da oposição Evinha Oliveira (Solidariedade), não viu sentido em aprovar um deslocamento de verbas desta ordem sem o exame minucioso da documentação:
“Se passa por essa Casa para que haja uma transparência maior, não faz sentido pedir a dispensa das formalidades. É como se nos quisessem fazer de bestas. Eu preciso de tempo para ler, e entender; eu concordo que a Secretaria de Cultura não teve eventos, o crédito dela deveria ser utilizado, mas não consta aqui, ao contrário, consta 4 milhões vindos das gestões de ações do saneamento básico, um recurso que poderia ser utilizado na melhoria do saneamento da nossa cidade”, justificou.
A vereadora deixou claro que não vai se colocar contrária ao remanejamento dos 16 milhões, já que a finalidade é pagar a folha da Saúde.
“Mas eu preciso desse tempo, em respeito ao trabalho do vereador, porque do contrário, é como se tudo o que vem de lá [do governo] estivesse certo. Não, a gente precisa analisar porque somos representantes do povo e dentro de cada conta dessa nós precisamos entender o que deixou de ser feito.”
O projeto entrou na Ordem do Dia, ainda com o impasse, houve a proposta de suspensão da sessão por alguns minutos para uma leitura rápida, mas Evinha continuou na posição de adiamento para a próxima sessão, e foi atendida pelo líder do governo, Leco (PSD), que solicitou ao presidente da Câmara, Pedro Macário (DEM), o adiamento da votação.
A suplementação será escrutinada nos próximos dias pelos vereadores das duas bancadas e votada na sessão da próxima segunda-feira (22).
Encerrando a participação da tribuna, Evinha questionou Macário sobre a abertura da CPI alegando que a Câmara precisa dar respostas à população:
“Em respeito à população que espera, que deseja que seja realmente a investigação sobre esse recurso da Covid, precisamos de uma posição sua, de forma clara, que sim ou que não, para daí darmos andamento às coisas como eles devem ser feitas.”
Por Assessoria Parlamentar