O presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB) e prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), informou a este Política Livre que a entidade vai criar uma força tarefa para acompanhar a situação dos municípios que tiveram convênios assinados com a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Conder) em maio cancelados em junho mesmo após a abertura de processos licitatórios. No dia 14 de maio, cerca de 300 convênios foram publicados no Diário Oficial do Estado, sendo cancelados no dia 16 de junho.
“Estamos ouvindo alguns prefeitos afirmarem que o governo do Estado tem prometido pagar os convênios após a eleição, o que, a nosso ver, é ilegal e imoral. O município não pode começar uma obra sem o dinheiro fruto do convênio e nem a Conder pode pagar essa conta depois. Não é legalmente possível começar uma obra conveniada para receber depois”, disse Zé Cocá. “Estamos levantando a situação de todos os municípios e dando suporte aos prefeitos que nos procuram”, acrescentou.
Ele não é o único membro do PP, partido que foi aliado do governo até este ano, quando foi para a oposição e passou a apoiar a candidatura do ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) ao governo, a questionar a situação. “Está parecendo uma chantagem do tipo: pagamos depois, se os prefeitos de fato apoiarem o candidato do PT”, afirmou o secretário-geral do PP baiano, Jabes Ribeiro, uma espécie de notável do PP que tinha assento reservado junto à cúpula do governo estadual antes do rompimento.
Muitos prefeitos já foram à Conder e ao governador Rui Costa (PT) cobrando uma solução para a questão. A legislação eleitoral veda, faltando três meses para o pleito, o pagamento de convênios. Na segunda (11), um grupo de prefeitos esteve com Rui na Governadoria, quando foram informados que há dinheiro em caixa para a realização das intervenções após as eleições.