23 de novembro de 2024 17:51

O que se sabe sobre a operação da Polícia Federal que teve como alvo aliados de Arthur Lira

Redação PA Notícias

A operação da Polícia Federal que investiga suspeita de fraude em licitação e lavagem de dinheiro em Alagoas por meio da compra de equipamentos de robótica com verba federal cumpriu mandados em endereços de pessoas ligadas ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), em quatro estados e no Distrito Federal na quarta-feira (1).

Segundo a PF, o grupo investigado é suspeito de desviar R$ 8 milhões na fraude praticada entre 2019 e 2022. Os equipamentos, destinados a 43 municípios no estado de Alagoas, foram comprados com verba do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Como começaram as investigações?

As investigações começaram em 2022, depois que o jornal Folha de S.Paulo publicou uma reportagem informando que a empresa Megalic, de Maceió, cobrou R$ 14 mil por kit vendido a prefeituras alagoanas. A empresa citada teria adquirido cada unidade por R$ 2.700 de um fornecedor no interior de São Paulo.

Com o avançar da apuração, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou ao governo federal a suspensão dos contratos e os repasses para a compra dos kits.

Como funcionava o esquema?

As investigações apontaram que a licitação para compra dos kits de robótica incluía, de forma ilegal, restrições para direcionar os contratos a uma única empresa. Eram especificações técnicas restritivas que resultavam no cerceamento à participação plena de outros licitantes.

Com isso, o grupo responsável pelas supostas fraudes teria conseguido desviar R$ 8,1 milhões do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) entre os anos de 2019 e 2022.

Ainda segundo a Polícia Federal, sócios da empresa Megalic fizeram movimentações financeiras para pessoas físicas e jurídicas sem nenhuma ligação com o ramo de equipamentos de robótica, o que pode indicar fraude.

Algumas dessas transações eram realizadas de forma fracionada, em valores individuais abaixo de R$ 50 mil. O objetivo seria burlar o sistema de controle do Banco Central/COAF. Em seguida às transações, eram realizados saques em espécie para pagamento dos envolvidos.

O prejuízo aos cofres públicos com o esquema é de R$ 19,8 milhões em relação às despesas até então analisadas.

O que diz Arthur Lira sobre a operação?

O g1 procurou o presidente da Câmara, que informou que não vai se manifestar sobre a operação. Em entrevista ao Estúdio I, para Andreia Sadi, contudo, Lira disse que cada um é responsável pelo seu CPF.

“Eu não vou comer essa corda, vou me ater a receber informações mais precisas e cada um é responsável pelo seu CPF nesta terra e neste país”, disse Lira.

O que foi apreendido na operação?

Até a noite de segunda-feira ainda não havia sido divulgado um balanço de tudo o que foi apreendido na operação.

Em uma sala de edifício comercial em Maceió, foi encontrada uma grande quantidade de dinheiro vivo dentro de um cofre, estimada em mais de R$ 4 milhões.

Também foram apreendidos carros importados, cada um avaliado em mais de R$ 200 mil. Os automóveis foram encaminhados para a sede da Polícia Federal em Maceió.

Os policiais federais ainda apreenderam documentos durante o cumprimento de mandados em uma escola na cidade de São Carlos (SP).

 

Por g1 e TV Globo

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