Na Bahia, uma interminável lista de disparidades parece excluir do seu território, as cidades mais distantes da capital.
Como exemplo, Paulo Afonso (486 km de Salvador), diga-se de passagem, um dos maiores colégios eleitorais do estado, foi condenado a sofrer eternamente com feridas crônicas. A cidade-sede da Diocese de Nossa Senhora de Fátima e que tem São Francisco de Assis como padroeiro, nunca conseguiu pagar seus pecados para receber as graças almejadas.
Não é exagero dizer que o terminal rodoviário de Paulo Afonso envergonha a cidade e é o mais feio do estado. Pequeno e desconfortável, a “casinha de pombos”, como alguns chamam, é alvo de piadas para quem desembarca ou simplesmente passa por lá. E para enriquecer ainda mais o repertório dos “gaiatos”, foi construído numa das regiões de maior movimento.
Em 2013, o então governador Jaques Wagner destinou R$ 1.018.000,00 para a reforma e ampliação do terminal. Mas até hoje ninguém explicou onde foi aplicada a verba. Para quem entende o mínimo de orçamento de obras, o que foi feito não custaria nem 50% do total investido.
Como a fé remove montanhas, os pauloafonsinos devotos de São Francisco e de Nossa Senhora de Fátima não perderam a esperança de ganhar seu terminal rodoviário. Por aqui sobram donos de fortunas, que poderiam propor ao Governo do Estado a construção de um terminal rodoviário condizente com o status da cidade. A construtora teria direito de administrar o terminal por um período acordado entre as partes, na forma de contrato de comodato.
O estado da Bahia é o 4° lugar do Brasil em número de municípios, sendo composto por 417. À sua frente estão: Minas Gerais (853), São Paulo (645) e Rio Grande do Sul (496). Mas, na terra do descobrimento do Brasil, acontecem (ou não) coisas que nem Freud explica.
Por Washington Luís
Foto: Reprodução