No âmbito da Operação Tris in Idem, deflagrada pela Polícia Federal (PF) do Rio Janeiro, é cumprido um mandado em casa localizada em um condomínio de luxo, na Farolândia, na Zona Sul de Aracaju, na manhã desta sexta-feira (28). Atualmente, o ex-deputado sergipano, André Moura, é secretário da Casa Civil no governo Witzel, e mora no condomínio onde a PF está no momento.
Ao todo são cumpridos 17 mandados de prisão, sendo 6 preventivas e 11 temporárias, e 72 de busca e apreensão na capital sergipana, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Alagoas, Sergipe, Minas Gerais e no Distrito Federal. Também está sendo alvo de busca e apreensão um endereço no Uruguai, local onde estaria um dos investigados cuja prisão preventiva foi decretada – a identificação não foi revelada.
A ação é um desdobramento da Operação Favorito e da Operação Placebo, ambas deflagradas em maio e realizadas a partir da delação premiada de Edmar Santos, ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro. O nome é uma referência ao terceiro governador que, segundo os investigadores, faz uso de um esquema semelhante de corrupção – em referência oculta aos ex-governadores Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão.
Também no âmbito desta ação policial, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) afastou o governador Wilson Witzel (PSC) por irregularidades na saúde, expediu seis mandados de prisão. Além de tentar cumprir os mandados de prisão expedidos pela Corte Superior, a PF faz buscas no Palácio dos Laranjeiras. Witzel foi notificado sobre seu afastamento no local.
Nas primeiras horas do dia, a PF prendeu o presidente do PSC (Partido Social Cristão), Pastor Everaldo, no Rio de Janeiro. Em nota enviada à CNN, Everaldo afirmou que sempre esteve à disposição de todas as autoridades e que mantém sua confiança na Justiça. Everaldo já foi preso. A corte determinou ainda a prisão do ex-secretário de Desenvolvimento Econômico Lucas Tristão, todos citados na investigação da Operação Placebo.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que o governo do Rio estabeleceu um esquema de propina para a contratação emergencial e para liberação de pagamentos a organizações sociais (OSs) que prestam serviços ao governo, especialmente nas áreas de saúde e educação.
A PGR sustenta que Witzel usou o escritório de advocacia da mulher, Helena, para receber dinheiro desviado por intermédio de quatro contratos simulados no valor aproximado de R$ 500 mil – cerca de R$ 15 mil mensais de cada uma das quatro.
Mandados de prisão confirmados:
Pastor Everaldo, presidente do PSC (preso);
Lucas Tristão, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico;
Sebastião Gothardo Netto, médico e ex-prefeito de Volta Redonda (preso).
Mandados de busca e apreensão confirmados:
contra a primeira-dama, Helena Witzel, no Palácio Laranjeiras;
contra André Ceciliano (PT), presidente da Assembleia Legislativa (Alerj);
desembargador Marcos Pinto da Cruz.
Denunciados:
Wilson Witzel
Helena Witzel
Lucas Tristão
Mário Peixoto
Alessandro Duarte
Cassiano Luiz
Juan Elias Neves de Paula
João Marcos Borges Mattos
Gothardo Lopes Netto