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Prefeita de Glória, Ena Vilma Negromonte, recebeu ÉPOCA para uma entrevista.
Prefeita de Glória, Ena Vilma Negromonte, recebeu ÉPOCA, em Glória, no dia, 25 de agosto de 2011, para uma entrevista. A mulher do ministro das Cidades afirma que a cidade merece receber recursos do governo federal. Ena Vilma Negromonte tornou-se uma celebridade nacional.
Casada há 34 anos com o ministro das Cidades e ex-deputado federal do PP, Mario Negromonte, a prefeita Ena Vilma Negromonte tornou-se uma celebridade nacional. O pequeno município baiano por ela administrado passou a receber generosos recursos federais, disputados a tapa por outros gestores do país. Elegantemente trajada num vestido longo, saltos altos, bolsa Louis Vuitton, relógio Michael Kors e uma bem feita maquiagem por trás dos óculos Channel, Vilma tem um ar jovial. Moradores da cidade dizem que é difícil encontrá-la na prefeitura. Ela ficaria mais tempo na ponte-aérea Salvador-Brasília. Mas na última quinta-feira (25), ela estava lá e recebeu ÉPOCA para uma entrevista. A seguir, os principais trechos.
ÉPOCA – Por que disputou a prefeitura de Glória?
Ena Vilma Negromonte – Eu podia estar em Brasília com meu marido, sou aposentada, mas estou aqui. Sabe por quê? Porque Gloria estagnou. Paulo Afonso cresceu. Então, a convite de amigos, me candidatei. Três vezes. Ganhei na terceira. Temos um projeto de governo e conseguimos tudo com Mario.
ÉPOCA – Ser mulher de ministro ajuda ou atrapalha?
Ena Vilma – Existe uma cobrança grande, mas aqui na região não tem ciúmes porque Mario já trabalhou muito pra fazer crescer a região toda. De Ribeira do Pombal até Abaré, Mario sempre fez por esta região, que é antes e depois de Mario. Tem lugares aqui que Mario já levou mais de 300 casas. E não era ministro. Sabe quantos poços ele já fez? Dezenas.
Agora te respondo…se atrapalha ou ajuda é uma interrogação. Eu preferia quando ele estava deputado. Eu via mais meu marido. Quanto mais alto o posto, maior a inveja. Você fica na vitrine. Estou na moda. Agora, só porque somos um município pobre não temos o direito de crescer?
ÉPOCA – Como a senhora e o ministro fazem para se encontrar?
Ena Vilma – Aqui é muito longe, né? Depois que ele está ministro ficou complicado. Mas ele vem me ver ou eu vou vê-lo em Salvador, para encontrarmos a família.
ÉPOCA – O que está achando desse fogo amigo do qual o ministro se diz vítima?
Ena Vilma – O político tem compromisso também com seu partido. Mas Mario sabe que quanto mais você cresce, mais incomoda. Honestamente falando, com essa confusão toda, ainda não conversei sobre o que está acontecendo, mas ele me disse que não se envolveria com essa questão da liderança. E parece que a presidente estava preocupada e que ele iria ajudar a apaziguar os ânimos no partido.
ÉPOCA – A senhora ficou preocupada por ele estar entre os ministros menos recebidos no Planalto?
Ena Vilma – Isso é a imprensa. Me desculpe, mas nunca foi discriminado pela presidenta. É que Mario é reservado. Se ele fizesse marketing, todo mundo ia saber cada encontro com a presidente. Ele não suporta aparecer.
ÉPOCA – A senhora pensa num segundo mandato ano que vem?
Ena Vilma – Estou aqui hoje. Amanhã não importa.
ÉPOCA – Os adversários podem lhe prejudicar aqui?
Ena Vilma – Aqui é tudo transparente.
ÉPOCA – A senhora conheceu a presidente?
Ena Vilma – Estive muito rapidamente. Espero ter uma oportunidade para conversar.
ÉPOCA – Qual sua avaliação da faxina nos ministérios?
Ena Vilma – Está tumultuado este início de governo mas faz parte da democracia. Agora, a imprensa também tem que dar oportunidade para as pessoas se defenderem. Agride e não pensa que a pessoa tem família. Bonito no Brasil é atacar.
ÉPOCA – E se ele perdesse o ministério?
Ena Vilma – Não ficaria chateada. Eu acredito tanto no meu marido. Tenho certeza de que ele jamais fará alguma coisa errada.
ÉPOCA – Fora as obras com os recursos federais, o que mais o município está fazendo?
Ena Vilma – Encontrei aqui escolas em péssimas condições. Não dá pra fazer tudo de uma vez. Precisa muito ainda, mas estamos caminhando. Desculpe (pega um lenço). Ontem se você viesse não me encontrava. Peguei uma virose. Estava péssima.
ÉPOCA – Não parece.
Ena Vilma – Juuuuura? Ah deve ser o blushizinho. Adoro estar bem. Aprendi que problema fica sempre em casa. Nunca fui com cara feia para o meu trabalho.
ÉPOCA – Fui informada de que seria difícil lhe encontrar aqui.
Ena Vilma – Se você viesse à tarde não me encontraria porque eu gosto muito da zona rural. Ando por aí. Você sabe o que mais me entristece? Falarem que a cidade levou tudo como se estivéssemos num mar de rosas.
ÉPOCA – Sobre as obras, uma das emendas para o município usa recursos de um programa que deveria ir para redução de mortes no trânsito o país.
Ena Vilma – É a ciclovia. Você já viu isso aqui? É muita gente que vem de bicicleta, que caminha. As pessoas pegam carona, descem no restaurante e vem caminhando, de dia e de noite. Muita gente anda de bicicleta e também quer caminhar. A comunidade queria uma pista de cooper. Precisamos muito, querida,está muito distante do ideal.
ÉPOCA – A senhora acha justo que a liberação de verbas dependa de um deputado influente?
Ena Vilma – Deveria ser mais bem distribuído.
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