Prefeitura suspende atividades, em decorrência da infecção de servidores pela covid-19
Minha idade de mentir passou, diz ministro
Jornal disse que ministério forjou parecer de obra de mobilidade para Copa. Em audiência no Senado, Mário Negromonte voltou a negar irregularidades.
O ministro das Cidades, Mário Negromonte, voltou a negar nesta nesta quinta-feira (8), em audiência pública no Senado, as denúncias de que o ministério teria forjado um parecer de obra de mobilidade urbana para a Copa de 2014 em Cuiabá (MT).
“Minha idade de mentir já passou. Se tiver qualquer Bíblia para fazer juramento, eu farei”, disse o ministro. Negromonte participa de audiência pública na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado.
Reportagem de “O Estado de S.Paulo” publicada há duas semanas acusou servidores da pasta de forjar documento que autorizou mudanças em projeto, ampliando o custo da obra para R$ 1,2 bilhão – R$ 700 milhões a mais do que o previsto na proposta original. Conforme o jornal, a diretora de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Luiza Gomide Vianna, teria participado da fraude.
Na audiência com os senadores, Negromonte voltou a dizer que “não passaria a mão na cabeça” de ninguém e que abriu sindicância sobre a denúncia. Ele reafirmou ainda que não deu nenhuma orientação com relação ao parecer de mudanças na obra e afirmou que os técnicos responsáveis têm autonomia. Segundo ele, houve uma “divergência” de pareceres.
“Eu não determinei à diretora, não pedi ao chefe de gabinete [que alterasse o parecer]. Eles têm autonomia, são técnicos. Houve um impasse, o técnico deu um parece e ela, como diretora, deu outro parecer”, afirmou Negromonte.
O ministro destacou que só soube da revisão do parecer após o fato ser noticiado pela imprensa. “Só sou disso após a imprensa noticiar. A revisão é um fato corriqueiro.”
Após a audiência, que durou pouco mais de uma hora, Negromonte deu entrevista à imprensa e disse não estar “preocupado” com a possibilidade de perder o cargo na reforma ministerial, prevista para janeiro de 2012.
“Ela [presidente Dilma Rousseff] nunca me chamou para conversar sobre isso. Não estou preocupado em sair [do Ministério das Cidades] nem em ficar. Estou preocupado em fazer um bom trabalho e estou fazendo isso”, afirmou.
O convite para a audiência, aprovado em agosto, pedia que o ministro explicasse denúncias de que sua pasta liberou recursos para obras consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Em razão de nova denúncia sobre suposta fraude em obra da Copa, a comissão combinou a data de depoimento do ministro para esta quinta.
Denúncias
Conforme a reportagem do jornal, gravações indicam que a diretora de Mobilidade Urbana do ministério, Luiza Gomide Vianna, admite a existência de dois pareceres sobre projeto no transporte público, que previa a troca do BRT pelo VLT.
O jornal mostrou parecer assinado pelo analista de infraestrutura da pasta Higor Oliveira Guerra no dia 8 de agosto que afirma “não haver posição clara sobre a melhor tecnologia” e pede “realização de estudo de viabilidade amplo e profundo”.
De acordo com o jornal, em reunião no dia 6 de outubro, a diretora Luiza Vianna pediu que Higor alterasse seu parecer, mas o pedido teria sido negado. Um novo parecer então foi assinado por Luiza Vianna e pela gerente de projetos da pasta, Cristina Soja, com a data de 8 de setembro. O novo parecer dizia que “os estudos apresentados pelo Governo do Estado do Mato Grosso contemplaram a simulação de dois cenários, para BRT e para VLT”.
Conforme a reportagem, a mudança no projeto de mobilidade fez parte de um acordo do governo de Mato Grosso com o Ministério das Cidades, o Ministério do Planejamento e o vice-presidente da República, Michel Temer. Como havia um parecer contrário, disse o jornal, “o Ministério das Cidades desencadeou a operação da fraude”.
Dias depois da denúncia, Negromonte negrou fraudes e disse que as denúncias eram uma tentativa de “enfraquecer a presidente Dilma”.
Do G1, em Brasília
1 Comment
“Idade de mentir?” Muio infeliz em sua afirmativa senhorr ministro. Cabou de se comprometer.