Crianças e adolescentes com diabetes aprendem a montar cardápios no Cedeba

 Crianças e adolescentes com diabetes aprendem a montar cardápios no Cedeba

O plano alimentar das crianças e adolescentes com diabetes Mellitus tipo I, usuárias do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), é elaborado por nutricionistas. Porém, elas têm oportunidade de aprenderem, de maneira lúdica, a fazer substituições, montando cardápios bem variados – este ano 300 pacientes, entre crianças e adolescentes, estão sendo atendidos regularmente no Cedeba.

Quando recebem a orientação nutricional, passam para a Brinquedoteca, onde, sob orientação da pedagoga, utilizam jogos criados por profissionais do Cedeba, que ensinam a montar as refeições obedecendo a quantidade de carboidratos levando em conta idade, peso e altura.

Já patenteado e comercializado pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o jogo ‘Brincando com Carboidratos’, desenvolvido pelas nutricionistas Marisa Socorro Gonçalves e Palmira Romero, e pela enfermeira Maria Graça Velanes, do Cedeba, ajudam crianças e adolescentes a fazerem refeições mais balanceadas.

Na Brinquedoteca, a garotada e jovens encontram em livros e revistas coloridos textos leves, que explicam o diabetes de forma interessante. O trabalho educativo é muito importante para o controle do diabetes, explica a pedagoga Maria da Conceição Alcântara Cristo, carinhosamente chamada de ‘Tia Ceiça’ pelos pequenos pacientes.

O trabalho também resulta em aprendizado para as famílias das crianças e adolescentes que sofrem de diabetes. Josenita Moreira de Jesus, 26 anos, acompanhando o filho Emanoel, de 2, por exemplo, ficou surpresa ao saber que beterraba tem zero de carboidrato e pode ser consumida por diabéticos. Na avaliação dela, “o atendimento aqui é ótimo. Venho da cidade de Candeias e sou atendida no mesmo dia”.

No Cedeba, o trabalho é multiprofissional. Médico, enfermeiro, dentista, nutricionista, psicólogo, pedagogo e assistente social cuidam das pessoas com diabetes com ações voltadas para o controle da doença e consequente melhoria da qualidade de vida.

Sinais de alerta

A participação da família na educação da criança ou adolescente com diabetes é muito importante, orienta a endocrinopediatra do Cedeba, Livia Leite. A confirmação da doença, de acordo com ela, é sempre um impacto. Mas quando a família colabora, fica mais fácil manter o diabetes sob controle. Muito importante também é observar os sinais de alerta – aumento exagerado do apetite, perda de peso, maior volume e frequência da urina e muita sede.

O diabetes Mellitus tipo I é uma doença genética. Ao nascer, a criança traz o gene do diabetes e, geralmente, a doença começa após infecção viral. Em muitos casos, o diagnóstico é feito durante atendimento de emergência. O pâncreas deixa de produzir insulina, hormônio que abre a ‘porta’ das células para entrar a glicose e gerar a energia (combustível) que o corpo necessita. Nesse caso, a criança ou o adolescente terá que usar insulina para sempre, explica Livia Leite. Já o diabetes tipo II pode ser controlado com medicamento oral.

Como centro de referência, o Cedeba não acompanha todos os casos de Diabetes Mellitus tipo II. Muitos pacientes fazem tratamento na rede de atenção básica, com pessoal treinado pelo Cedeba, e as situações mais complexas são atendidas no local.

No diabetes tipo I, todos os pacientes – tanto os encaminhados pela rede referenciada quanto os que buscam o Cedeba diretamente – são tratados na unidade, informa a diretora do Cedeba, a endocrinologista Reine Chaves.

O acompanhamento com o especialista para as crianças e adolescentes portadoras do Diabetes Mellitus tipo 1 é imprescindível, explica a médica. “Se o paciente não usar insulina, corre o risco de entrar em coma e vir a óbito. O uso da insulina exige educação do paciente e da família. Além de saber aplicar, a família e /ou paciente precisa conhecer os sinais de hipoglicemia [quando a taxa de açúcar reduz muito ou cai abaixo do normal]”. Isso acontece com o uso da medicação em excesso, ausência de refeição ou exercício exagerado.

Sintomas

Os principais sinais de hipoglicemia são tremor, fome, suor frio e tontura, vista ‘borrada’, sonolência e dor de cabeça. Nos casos de hipoglicemia, se o paciente estiver acordado, deve se alimentar. Caso não melhore, precisa ingerir açúcar, bala ou mel. No caso de estar desacordado, não devem ser dado líquidos nem alimentos sólidos, mas passar açúcar ou mel na mucosa da boca (sob a língua) e levar ao médico imediatamente.SECOM.

 

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