Jader volta ao Senado com discurso paz e amor

 Jader volta ao Senado com discurso paz e amor

Ele desconversou quando questionado sobre a ausência da presidente estadual da sigla, Lídice da Mata que ainda não fechou publicamente em torno de um nome.

Senador reassume o posto por decisão judicial e, dez anos após renúncia, adota discurso de humildade; antigo desafeto ganhou homenagem

Em uma cerimônia rápida e esvaziada, Jader Barbalho (PMDB-PA) reassumiu sua cadeira no Senado na quarta-feira. Beneficiado pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que o livrou da Lei da Ficha Limpa, o peemedebista volta ao posto dez anos após renunciar. Ele diz estar arrependido da postura que o levou a entregar o cargo para não ser cassado, em 2001, em meio a uma guerra com o então adversário Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA). Com uma postura mais moderada, o novo Jader “paz e amor” prefere não criticar a lentidão da Justiça, poupa adversários políticos, se diz “o último da fila” no Senado e promete apoio ao governo de Dilma Rousseff.

O Jader Barbalho que deixou o Senado estava no auge da carreira e era visto como um político prepotente. Então presidente do Senado, ele era aliado do PSDB do presidente Fernando Henrique Cardoso. O Jader Barbalho que reassume é um defensor do governo Dilma Rousseff e adota um discurso de humildade: “Entro aqui no final da fila, como o recruta que se apresenta para aprender”, afirmou, em entrevista coletiva logo após a cerimônia.

O novo senador comemorou o fato de ter assumido o cargo depois de uma campanha que, segundo ele, foi difícil por causa das incertezas da Lei da Ficha Limpa: “Lamento profundamente, mas o mandato de senador é longo e eu terei cerca de sete anos para exercê-lo e para devolver a solidariedade que o povo me concedeu”, contemporizou, evitando analisar a constitucionalidade da lei.

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ACM – No retorno ao Senado, o peemedebista também mencionou um antigo desafeto na Casa: o falecido Antonio Carlos Magalhães. Quando lembrou as dificuldades na campanha eleitoral de 2010, Jader citou o adversário: “Eu jamais havia enfrentado, depois do Antonio Carlos Magalhães, um adversário tão difícil. Isso é uma homenagem que eu quero fazer ao Antonio Carlos. Na ultima entrevista que ele concedeu, nas páginas amarelas de VEJA, ele disse que o episódio mais difícil da carreira política dele foi ter se confrontado comigo. Eu gostaria de retribuir a ele essa homenagem”, afirmou.

Embora tenha se definido como um aliado do governo, Jader afirmou que não vai acompanhar automaticamente a orientação da bancada: “Em princípio eu acompanho meu partido. Isso não me impedirá de eventualmente vir a divergir. Eu devo meu mandato exclusivamente ao povo do Pará”. O peemedebista disse ainda que se arrepende da “passionalidade” que teve na disputa que culminou com sua renúncia, depois de se ver envolvido em denúncias de desvios milionários na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). A renúncia quase lhe custaria o mandato uma década depois, por causa da Lei da Ficha Limpa. Mas o STF acabou considerando que a medida não poderia ser aplicada na eleição de 2010. Com a posse de Jader, Marinor Brito (PSOL-PA) perde o cargo no Senado. Ela tentou impedir a posse na Justiça – sem sucesso.

Cerimônia – Nem mesmo o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), fez questão de participar da cerimônia de posse de Jader Barbalho. De acordo com Marta Suplicy (PT-SP), encarregada de substituir o peemedebista no comando do ato, Sarney estava cansado e preferiu não interromper as férias.

A posse, que ocorreu em uma sala da presidência do Senado, foi acompanhada por sete senadores além de Marta: Waldemir Moka (PMDB-MT), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), João Vicente Claudino (PTB-PI), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Cícero Lucena (PSDB-PB), Gim Argelo (PTB-DF) e Romero Jucá (PMDB-RR).Veja.abril.com.br

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