Brasil quer discutir novo modelo de gestão para internet

 Brasil quer discutir novo modelo de gestão para internet

Toda a administração e o controle da rede mundial de computadores são feitos por entidade dos Estados Unidos

A briga brasileira por mudanças na governança global – as esferas de poder mundial como o Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional – chega à internet. Não se sabe ainda quando ou como, mas o governo brasileiro quer retomar a discussão da governança da internet, iniciada em 2003, revista em 2005 e ainda sem avanços.

O controle dos Estados Unidos sobre as principais ferramentas da rede mundial de computadores incomoda o Brasil, a União Europeia e outros países. Até hoje, no entanto, não se encontrou uma solução que tire o poder dos americanos.

Criada por pesquisadores americanos para conectar suas universidades, a internet transformou-se rapidamente em um mundo virtual paralelo que, hoje, faz parte da vida da grande maioria da população mundial.

A organização dessa rede ainda é feita pelos americanos. Está nas mãos da internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Icann), uma corporação sem fins lucrativos sediada na Califórnia, o poder de distribuir os Protocolos de internet (IP) pelos quais os computadores são reconhecidos, controlar os nomes de domínio (.br, por exemplo) e administrar a rede.

Gerenciada por um conselho administrador formado por representantes de diversos países, normalmente ligados a empresas e organizações da sociedade civil, a Icann trabalha sob contrato com o Departamento de Comércio Americano. A influência dos Estados Unidos, no entanto, não termina aí. O mesmo departamento tem a palavra final sobre qualquer mudança nos servidores-raiz da internet – o grupo de 13 servidores que, em síntese, controla toda a rede no mundo – e não tem a menor disposição de abdicar desse poder.

Interesse. As discussões já foram feitas duas vezes. Em Genebra, em 2003, e depois em Túnis, em 2005. De lá para cá foi criado um grupo internacional de trabalho, mas pouco se avançou. Para o Brasil, o mundo mudou, a rede cresceu e a atual estrutura não reflete essas mudanças.

O Estado de S. Paulo

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