Prefeitura suspende atividades, em decorrência da infecção de servidores pela covid-19
Dilma com a faca e o queijo
A nova pesquisa Datafolha vai além do previsto. O governo de Dilma Rousseff tem a aprovação de 59% dos eleitores, dez pontos a mais do que há seis meses.
A aprovação subiu a ponto de seu governo ser considerado ótimo/bom pela maioria dos eleitores mais escolarizados, com ensino superior, e ricos, em famílias com renda mensal acima de R$ 6.220 (10 salários mínimos).
A presidente tem 59% e 53% de aprovação nesses dois segmentos. Eles formam a elite brasileira.
Entre os menos escolarizados e mais pobres, a satisfação com o governo Dilma é ainda maior. Isso pode ser explicado facilmente pela situação de quase pleno emprego no Brasil e pelo alargamento do crédito ao consumo.
De cada dez empregos criados hoje no país, cerca de oito (80%) pagam só até dois salários mínimos (R$ 1.240). Já os juros cobrados no crediário seguem entre os mais altos do mundo por conta da caixa-preta do “spread” bancário.
Mesmo assim, milhões vêm podendo satisfazer sonhos de consumo e necessidades básicas, além de poder perseguir um projeto de ascensão.
Mas e a elite?
A distribuição da renda nacional na última década foi muito distinta entre pobres e ricos, fato que explica a queda da desigualdade.
Entre os 10% de brasileiros mais pobres, a renda real per capita (descontada a inflação) subiu 70%. Entre os 10% mais ricos na outra ponta, o aumento foi de 12,6%.
A metade mais pobre (50%) da população teve um ganho quase 320% maior do que os 10% mais ricos (segundo o Centro de Políticas Sociais da FGV/RJ).
Os dados mostram que o país como um todo melhorou. Mas melhorou bem mais para quem estava pior. E a elite gostou.
A grande notícia para Dilma é que ela entra em seu segundo ano de mandato fortalecida. Sobre um tablado firme de popularidade alta.
Mas que segue dependente de “empregos baratos” e crédito caro.
A ver o que fará disso.
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Cerca de 4 milhões de brasileiros vão viajar para o exterior nos próximos seis meses. A maioria vai comprar roupas, sapatos e eletrônicos por menos da metade do preço no Brasil.
No ano passado, gastamos US$ 22 bilhões nisso.
É isso aí.