Entra ano e sai ano e o HNAS continua do mesmo jeito. A Chesf precisa resolver o problema Shaksperiano de “ser ou não ser”.

 Entra ano e sai ano e o HNAS continua do mesmo jeito. A Chesf precisa resolver o problema Shaksperiano de “ser ou não ser”.

Qual é o verdadeiro problema político que vem acontecendo, que não permite que o HNAS passe para outra administração e possa ter melhorias?

Em entrevista a jornalista Denise Cordeiro – RBN- Dr. Luiz Aureliano, secretário de Saúde do município de Paulo Afonso fala sobre o HNAS e UTI.

– Estou em Paulo Afonso há seis anos e fui diretor do HNAS durante cinco anos e dois meses, mas não posso falar pela Chesf. Tem decisões do TCU e do Governo Federal, que dizem que a Chesf não pode ficar com nenhum ativo que não seja gerador de energia. O HNAS já está virando um mistério para mim, a Chesf diz que quer e não resolve isso. Na conferencia municipal de saúde, existiu uma mesa redonda, o diretor administrativo diz que quer e nada acontece. Entra ano e sai ano e o HNAS continua do mesmo jeito.

A Chesf diz que tem um orçamento de 25 milhões de reais por ano e a gente não consegue avançar, foi proposto por Dr. Solla e contratamos uma consultora da UNICAMP, para se fazer uma Fundação Pública de Direito Privado. Tem deputado que não sabe o que fala, mas se tivesse sido executado, era um conselho curador que iria fazer a administração do HNAS.

A Fundação foi sugerida por Dr. Solla e nela, a Chesf estaria participando com o financiamento também. A Consultora foi contratada pelo secretário, a Dr. Lení Santos, a pessoa que mais entende de direito sanitário no Brasil e eu já a conhecia, mas foi feita uma minuta e eu tenho a cópia. Nós topamos assumir a gestão, mas desde que a Chesf se mantenha no financiamento tripartite, entre município, Chesf e governo estadual.

A gente assume a gerencia do hospital se for desse jeito, só que a Chesf recuou dessa participação porque o jurídico da Chesf não permitiu. Eu cobro isso do governador porque são 30 leitos de UTI que deixam de ser construídos por conta da não decisão da Chesf. Se a fundação tivesse sido criada, a Chesf não ia ter trabalho em gerir, investiria a mesma quantia e com isso, a população se prejudica podendo futuramente deixar de servir como hospital escola, com a chegada da faculdade de medicina. O hospital pode ir até para administração do estado se a fundação for feita, mas o que não pode é continuar desse jeito, sem crescer porque a Chesf não permite e ela é devedora social de Paulo Afonso.

O prefeito vai sim conversar com a administração da Chesf e com o governo para tentar reverter essa situação. Nós precisamos resolver essa questão, a Chesf é recurso do povo brasileiro e o hospital é mantido com nosso dinheiro. Ela não pode e nem sabe fazer gestão de saúde pública, é tanto que o IMIPE toma conta, mas isso atrapalha o desenvolvimento do HNAS.

Hoje o maior problema é a falta dos leitos de UTI. Os ortopedistas não operam mais porque não temos um pós-operatório, não pode continuar desse jeito e a gente investe no HNAS. Existem profissionais lá, pagos pela prefeitura e o que precisamos é trazer os projetos prontos e os recursos do ministério da saúde para fazer essa evolução. A Chesf precisa resolver o problema Shaksperiano de “ser ou não ser”.

O município não assume sozinho porque não é suicida e sabemos quanto custa um hospital, se a Chesf der o que dá hoje e o governo entrar com a parte dele, nós também iremos passar a nossa parte. Se todos consentirem a gente fica com a administração.

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