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ENTREVISTA COM CANDIDATO: Mendonça Filho (DEM)
“Não decidimos se sou candidato ou não”, diz Mendonça Filho
Mais forte liderança de oposição em Pernambuco, o ex-governador e deputado Mendonça Filho (DEM) tentará desalojar o PT da prefeitura de Recife. Não é uma tarefa fácil. O PT está encastelado no posto há três mandatos e Mendoncinha, como o parlamentar é conhecido na capital pernambucana, terá de impedir a reeleição do prefeito João da Costa. “É possível ganhar. João da Costa está mal avaliado”, diz o democrata. Não é a primeira vez que ele enfrentará João da Costa. Em 2008, os dois disputaram a prefeitura. Então, o petista foi vitorioso.
A oposição está dividida em Pernambuco. PSDB, PPS e PMDB também têm candidatos. Faz sentido o DEM disputar a eleição contra o PT do atual prefeito e o PSB do governador unidos? Em Recife, a oposição criou um fórum de discussão, a Mesa de Unidade. Nele, conversamos com esses e outros partidos. Ainda não está certo se sairemos desse grupo com uma ou mais chapas.
O fato de ter sido o candidato de oposição mais votado na última eleição o gabarita a exigir a cabeça de chapa? Repare, queremos criar uma coalizão da melhor maneira possível. Estamos dispostos inclusive a discutir quais candidatos encabeçarão essa disputa. A oposição conta com outros nomes muito qualificados para a disputa eleitoral. É o caso de Raul Henry (PMDB), Raul Jungmann (PPS) e Daniel Coelho (PSDB).
Então, sua candidatura não é irreversível? De fato, ainda não decidimos se sou candidato ou não. Por isso, tenho evitado de falar sobre propostas para cidade.
Então, como o senhor tem se colocado? Posso falar de temas. Recife sofre de um problema de manutenção grave. Os equipamentos públicos estão em condições péssimas. As calçadas e ruas, cheias de buraco. Apesar da nossa riqueza histórica e cultural, nosso potencial turístico é pouco explorado. Bairros que eram referência deixaram de sê-lo. O ensino fundamental está longe de ser razoável, mesmo em relação a outras capitais. Isso tem ligação direta com outro problema, o banditismo. Somos a 32ª cidade mais violenta do mundo.
Como melhorar ? Investir fortemente na educação, com escola em período integral, pode ser o motor de transformação da cidade na questão da educação e da violência. Queremos também uma agenda que contemple a melhoria da mobilidade urbana, mas isso passa necessariamente pela boa manutenção do equipamento público.
Isso já parece uma proposta eleitoral. Como pretende vencer o prefeito, que deve ser apoiado pelo governador Eduardo Campos (PSB)? Na ultima eleição, não fomos para o segundo turno por menos de 1% dos votos. Naquela ocasião, também havia uma conjuntura favorável: João da Costa também tinha o apoio do governador e era o sucessor de escolhido por João Paulo (PT), que era muito bem avaliado. O país crescia a 8% ao ano. Havia desejo de continuidade. Hoje, a situação é inversa e o prefeito brigou com João Paulo, o que lhe tira muitos votos.
Marcelo Osakabe/revistaepoca.globo.com.br