Dilma tira irmão do Ministro da Integração do comando da Codevasf

 Dilma tira irmão do Ministro da Integração do comando da Codevasf

Clementino Coelho era presidente interino da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba havia um ano; após questionamento do ‘Estado’ governo anunciou que faria mudanças

 

BRASÍLIA – Depois de permanecer interinamente por quase um ano à frente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Clementino Coelho foi substituído nessa segunda-feira, 9, por Guilherme Almeida na função por ordem da presidente Dilma Rousseff. A decisão foi publicada nesta terça-feira, 10, no Diário Oficial da União. Clementino é irmão do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, pasta à qual a Codevasf é subordinada.

Na interpretação do ministério e da Controladoria Geral da União (CGU), essa subordinação não caracteriza caso de nepotismo, uma vez que Clementino nunca foi nomeado oficialmente para a função e ocuparia o cargo por ser o diretor mais antigo da Codevasf. Cobrado pela longa permanência de Clementino na interinidade e pela suspeita do caso de nepotismo, o governo federal decidiu resolver nessa segunda a situação e reduzir o desgaste político pelo problema, sacramentando sua substituição. Mesmo assim, segundo o Diário Oficial, Guilherme Almeida assume a presidência da Codevasf ainda em caráter interino. Já Clementino continuará subordinado ao irmão, já que permanece na Codevasf, ocupando uma diretoria.

No sábado, 7, o Estado mostrou que Clementino Coelho assumiu a presidência da estatal dias depois da posse de Bezerra Coelho no ministério. A estatal tem um orçamento de R$ 1,3 bilhão aprovado para 2012. Após questionamentos, o governo anunciou que trocaria o comando. Nesta terça-feira, o Estado revela que um tio do ministro foi nomeado há quatro meses, pelo sobrinho, membro do comitê técnico-consultivo para o desenvolvimento da agricultura irrigada, criado dias antes por portaria do ministério.

Clementino Coelho negou que estivesse irregularmente na estatal e afirmou ter colocado seu cargo à disposição inúmeras vezes. “Não poderia, como gestor público responsável, deixar de cumprir com as obrigações estatutárias de companhia”, disse.

Explicações. Além das denúncas de nepotismo, o ministro da Integração vem sendo alvo de questionamentos por susposto favorecimento político das verbas de sua pasta. Na quinta-feira, 12, Bezerra Coelho deve falar sobre os episódios a integrantes da comissão representativa do Congresso.

estadao.com.br/Foto – Dida Sampaio/AE

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