Ministro culpa burocracia por demora na liberação de dinheiro para prevenção de desastres

 Ministro culpa burocracia por demora na liberação de dinheiro para prevenção de desastres

Fernando Bezerra afirmou que maioria dos recursos está no Ministério das Cidades

O ministro Fernando Bezerra, da Integração Nacional, rebateu nesta quarta-feira (4) as críticas de que o governo investe mais em reconstrução do que em prevenção. Para Bezerra, a burocracia é a responsável pela demora na liberação de dinheiro para obras que poderiam evitar tragédias recorrentes.

Na terça-feira (3), o R7 mostrou que o governo investiu quase 8,5 vezes mais em reconstrução de áreas atingidas por chuvas do que na prevenção de desastres. Foram R$ 5,8 bilhões contra R$ 695 milhões.

Segundo o ministro, a maioria dos recursos para prevenção estão sob responsabilidade do Ministério das Cidades, mais diretamente ligado ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

– É preciso dizer a verdade inteira, e a verdade inteira é que os recursos de prevenção estão de forma muito mais ampla alocados no Ministério das Cidades. A presidente determinou como diretriz que pudéssemos virar o jogo da Defesa Civil, e esse jogo se vira com prevenção. A presidente abriu R$ 11 bilhões para seleção de projetos em prevenção no PAC, notadamente em contenção de morros e macrodrenagem.

De acordo com Bezerra, 251 cidades foram escolhidas para receber obras de prevenção. Inicialmente, no entanto, apenas 56 municípios de alto risco serão contemplados, sendo a maioria no Sudeste, por conta das chuvas na região. Em um segundo momento, as ações serão direcionadas as cidades nordestinas.

O ministro também criticou a demora na liberação de dinheiro para projetos de prevenção. Segundo Bezerra, o governo conseguiu alterar a legislação para acelerar a liberação em casos extraordinários, como com a utilização do cartão social, e está trabalhando para agilizar a aplicação de recursos até março.

– Até março vamos propor ao Congresso medidas para agilizar a aplicação dos recursos. Em 2010, a lei foi alterada para que a gente pudesse liberar com mais celeridade os recursos relativos a assistência a população e reconstrução. Mas as obras de prevenção ainda não receberam esse tratamento para que a gente pudesse diminuir o hiato entre a liberação e o empenho do recurso. Não posso liberar o recurso antes de a prefeitura provar que é dona da área, por exemplo. São coisas da lei que acabam emperrando a liberação.Do R7

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