Wagner endurece o tom com João Leão

 Wagner endurece o tom com João Leão

O governador Jaques Wagner (PT) fez ontem uma das suas mais duras cobranças à Prefeitura de Salvador sobre a demora em sancionar o termo de anuência para construção do metrô na Avenida Paralela, aprovado pela Câmara no final de dezembro.

O alvo foi o chefe da Casa Civil do município, João Leão, que cobrou na terça uma contrapartida do governo, que estaria querendo ficar “com o filé mignon”, mas deveria “pegar um pedaço do osso também”, ao referir-se ao sistema ferroviário do Subúrbio da capital.

Durante o cortejo da Lavagem do Bonfim, o petista disse que essa negociação quem estava fazendo eram os técnicos. “Agora, eu não entendo: contrapartida do quê?”, questionou. “Eu nem quero ficar com o filé. Então, ele (João Leão) diga pra cidade que não quer o metrô e acabou.

Eu estou buscando, lutando, convencendo o Governo Federal pra colocar R$ 1,6 bilhão para tentar dar uma solução no sistema de transporte. Se ele acha que não quer, tudo bem. Vou dispensar isso e ele dê o jeito dele”. Questionado pelo Política Livre sobre um dos argumentos correntes sobre o metrô a ser construído em área municipal, Wagner prosseguiu:

“É óbvio que o terreno é da cidade. Eu ia fazer o metrô onde? Na lua? Tem que ser no terreno da prefeitura. Da prefeitura, não, do povo de Salvador”. O governador seguiu fazendo um apelo a Leão: “Ele precisa dizer o que ele quer da vida ou então diga pra Salvador o que ele quer.

Ele não tá me fazendo favor nenhum não. Eu estou tentando resolver um problema que é um trauma pra cidade. Eu já comprei o trem. Eu não comprei o trem pra mim. O trem é do metrô. Ele fica se apegando a uma porção de picuinhas. Ele botou o trem em cima da ponte pra que? Os trens estavam todos guardados.

Ele resolveu colocar o trem cá em cima pra quê? Pra ficar tomando sol e chuva?”. Novamente questionado sobre a “demora” para sanção do termo de anuência, o petista sugeriu que a imprensa perguntasse ao prefeito em exercício, apontando para o vice Edvaldo Brito (PTB), que está à frente do Thomé de Souza.

Questionado sobre o assunto, o secretário estadual da Casa Civil, Rui Costa, aproveitou para dizer que a intenção não era polemizar com a Prefeitura sobre o metrô. Ele declarou ainda que a questão eleitoral está influenciando neste debate, mas que marcou uma reunião com secretário municipal João Leão para tratar do assunto.

Durante o cortejo, em conversa com a Tribuna, o governador aproveitou para minimizar a pretensão de quem vai à comemoração religiosa para tentar conquistar a população, de olho na eleição. “Não encaro como teste eleitoral. Senhor do Bonfim não se mete em eleição. Ele até se mete em política, mas em eleição, não. Agora, eu vejo com naturalidade a movimentação partidária, pois todas as legendas saem com sua militância”, disse o governador.

Wagner voltou a afirmar que, diante da movimentação dos partidos de sua base com nomes próprios para o pleito de outubro, espera que o candidato da aliança que compõe o governo estadual seja único.Da Tribuna da Bahia

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