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Entrevista exclusiva com Otto Alencar.
Governador em exercício, Otto Alencar declara: a oposição torce contra, parece não querer que as realizações aconteçam
“O cara se quebra quando coloca salto alto, tem que ser sandália de pescador, humilde, trabalhar e tocar para frente.”, Otto Alencar.
Otto também falou sobre as alianças que o PSD pretende formular em 2012. Mas descartou um alinhamento tácito com o PT.
Em função da viagem internacional a Cuba, acompanhado a presidente Dilma Rousseff, o governador da Bahia, Jaques Wagner, passou o comando para o vice, Otto Alencar. Em visita a Feira de Santana, na manhã de terça-feira (31/01/2012), Otto concedeu entrevista exclusiva a Carlos Augusto, diretor do Jornal Grande Bahia.
Com tom professoral falou em humildade, disse se orgulhar do passado carlista, mas lamentou a postura da oposição, que classifica como uma oposição contrária aos interesses do povo baiano e que precisa “calçar as sandálias da humildade”.
Otto também falou sobre as alianças que o PSD pretende formular em 2012. Mas descartou um alinhamento tácito com o PT, declarando: “Depende, cada lugar é um lugar. Aqui, por exemplo, Fernando Torres (deputado federal) vai decidir para onde ele vai.”.
Jornal Grande Bahia – O governador Jaques Wagner, esteve em Brasília justamente reivindicando recursos federais principalmente para obras de infraestrutura. Esses recursos não vieram no volume, e no tempo necessário para serem executados em 2011?
Otto Alencar – Os recursos vieram. Está sendo concluindo em Salvador a maior obra viária dos últimos 30 anos, a Via Expressa, que termina agora em junho. Você tem os investimentos do Complexo Viário 2 de Julho. Nós vamos receber até 2014, no setor de energia eólica, investimentos da ordem de R$ 14 bilhões. A BASF, a empresa que vai produzir o ácido acrílico para produção de fraldas descartáveis, complementa Polo Petroquímico de Camaçari, a 3ª geração do Polo Petroquímico.
Tem a Jac Motors, vem investimentos para a Ferrovia Oeste-Leste. A maior ferrovia do Brasil está sendo feita na Bahia, sai de Barreiras e vai até o Porto Sul de Ilhéus, que vai ter licença ambiental agora. Só para construção da ferrovia são R$ 6 bilhões de investimento. A Ponte Salvador – Itaparica vai ser uma obra da ordem de R$ 6 bilhões também. Tem investimento, muito investimento.
Eu fico às vezes estranhando. Eu que fui governo a vida inteira, passei 18 anos com Antônio Carlos Magalhães, me orgulha muito, eu não renego meu passado. Os governadores se firmam pelo que eles fazem, não é pelo que eles dizem. O que eu estranho muito é que a oposição torce contra, parece não querer que as realizações aconteçam. Eu fui oposição um período, quando Waldir Pires e Nilo Coelho foram governadores, mas nunca torci contra o governador Waldir, nem o governador Nilo, queria que as coisas acontecessem.
Então é importante que as coisas aconteçam. Se, vem pela minha mão, ou pela mão da oposição o benefício para Feira de Santana. O benefício não chega para mim, eu não vou precisar do Aeroporto aqui, o governador não vai precisar, pode precisar eventualmente, quem precisa é o povo, desenvolvimento econômico, social do município de Feira de Santana. Então os investimentos vieram.
Mas eu acho que às vezes a paixão, que é uma coisa muito ruim na vida. Obsessão é pior ainda, o capricho, o orgulho, a vaidade, na política são aspectos negativos. O cara se quebra quando coloca salto alto, tem que ser sandália de pescador, humilde, trabalhar e tocar para frente. Eu por exemplo nunca sou de provocar ninguém, quando provocado às vezes eu reajo. Mas, muito menos do que a agressão, porque, quando a agressão é grande, reaja com uma reação menor, para acabar com a briga, porque o povo não quer ver político brigando, que ver trabalhando, realizando, fazendo obra.
JGB – Com relação especificamente a sua Secretaria de Infraestrutura, qual é a próxima inauguração que o senhor deve estar fazendo?
Otto Alencar – Aqui na região é a estrada Coração de Maria – Feira de Santana.
JGB – Como o senhor avalia a posição do partido em Salvador, uma vez que ele já firmou aliança praticamente com o PT, parece uma condição já consagrada. Em termos estadual o PSD pretende seguir essa linha?
Otto Alencar – Depende, cada lugar é um lugar. Aqui por exemplo (em Feira de Santana) Fernando Torres (deputado federal) vai decidir para onde ele vai. Em Salvador nós vamos apoiar o Nelson Pellegrino, em Itabuna vai apoiar o candidato do Geraldo Simões, em Barreiras a candidata é do PSD, o PT vai apoiar, vai ser uma coisa de discursão política e acordo político.
Por Carlos Augusto, diretor do Jornal Grande Bahia.