USUÁRIOS do restaurante popular, jogam no lixo, comida que poderia alimentar mais de 1000 pessoas

Os usuários do restaurante popular, no horário do almoço, precisam parar de jogar comida no lixo, enquanto tem muita gente que não tem o que comer

O restaurante Popular de Paulo Afonso atende todos os dias, de segunda a sexta, ao preço de R$1,00, mil refeições no horário do almoço e na janta uma média de 600 sopas ao preço de R$0,50.

Aposentados, trabalhadores, prestadores de serviço e a população em geral, são os clientes assíduos do Restaurante Popular. Logo no inicio da manhã a partir das 9:30h já é formada a fila a espera da venda das fichas para ter direito ao almoço, e antes das 11h todas as 1.000 fichas já estão esgotadas.

Sobra de almoço nas bandejas

O que tem deixado preocupado e angustiado os funcionários do restaurante é quantidade de desperdício de comidas que os clientes deixam nas bandejas no almoço e são dispensados para o lixo. ”Nós questionamos, pedimos que eles [clientes] só coloquem nas bandejas a quantidade que vão comer, mas infelizmente nossa solicitação não é aceita e na maioria das vezes tem deles que reclamam que estão pagando e que tem direito de comer a quantidade que quiser”, comentou com o PANotícias uma atendente do restaurante.”Com tanta gente passando fome na cidade, é de cortar o coração a falta de consciência desses que não pensam naqueles que mais precisam, que não tem o que comer”, conclui.

O que mais chamou a atenção do PANotícias sobre desperdício diário de sobra do almoço que vai para o lixo, é a quantidade, a média é de até 80kg por dia de resto do almoço que é deixado nas bandejas. O total de desperdício de comida chega a mais de 1000 kg por mês. “Essa comida toda que o usuário desperdiça no almoço, que agente vê no lixo todos os dias, deixa de alimentar mais de 1000 pessoas por mês”, comenta uma funcionária do restaurante.

Distribuição da refeição do restaurante a comunidade carente

Segundo uma funcionária do RP, do almoço não fica comida que possa ser doada a população mais carente nos bairros da periferia, mas a noite sempre existe uma quantidade razoável de sopa que após as 19:h, quando encerra a venda no restaurante  é acondicionada em um recipiente apropriado, colocada em uma caixa térmica e o Banco de Alimentos do município fica responsável de levar até os bairros fora da Ilha para fazer a distribuição gratuita com populares, que já aguardam com ansiedade o carro chegar. “Eu chego a ficar emocionado com a alegria de alguns populares que comentam que a sopa é a primeira refeição do dia, outros dizem que a sopa vai ser o almoço do dia seguinte, tem deles que até choram de satisfação, agora, o que entristece é saber que no almoço tem gente que desperdiça comida”, comenta um dos encarregado de distribuir a sopa nos bairros.