Coca e Pepsi do Brasil evitam falar sobre substância cancerígena em bebidas

 Coca e Pepsi do Brasil evitam falar sobre substância cancerígena em bebidas

Fórmula de refrigerantes será alterada nos EUA, mas fabricantes brasileiros não informaram sobre possíveis medidas no mercado nacional

Depois que um grupo de defesa ao consumidor americano afirmou que refrigerantes da Coca-Cola e da Pepsi contêm quantidades acima do normal de uma substância capaz de provocar câncer, as marcas informaram que vão alterar a fórmula de seus produtos. Mas isso, apenas nos Estados Unidos. No Brasil, as indústrias não se posicionaram sobre o assunto.

Refrigerante em lata: após denúncia de altos níveis de 4-MEI em refrigerantes da Coca e da Pepsi nos EUA, representantes da marca no Brasil não informaram sobre possíveis alterações nos produtos (Thinkstock)

A substância em questão é o 4-metilimidazol (4-MEI), um produto utilizado para dar a cor ‘caramelo’ aos refrigerantes. De acordo com o Center for Science in the Public Interest (CSPI – Centro para a Ciência a Favor do Interesse Público, em tradução livre), órgão responsável pela denúncia, a quantidade de 4-MEI presente nas bebidas da Coca-Cola e da Pepsi é suficiente para que as marcas sejam obrigadas a identificar a substância nas embalagens, segundo a lei do estado da Califórnia.

Após as acusações, a Pepsi disse à CSPI que irá alterar a quantidade do corante nos refrigerantes vendidos na Califórnia, e que pretende estender a medida para o resto dos EUA. Um porta-voz da Coca-Cola afirmou a um blog da Rádio Pública Nacional que essas alterações já haviam sido iniciadas, mas que os produtos da empresa sempre foram seguros.

Brasil — Procuradas por VEJA, as assessorias de imprensa tanto da Coca-Cola quanto da Pepsi no Brasil não informaram a quantidade de 4-MEI presente nos refrigerantes vendidos no país e também não souberam informar se a quantidade da substância será alterada nos produtos. Segundo a assessoria da Coca-Cola, os produtos da marca são seguros e seguem as recomendações dos órgãos de cada país — no caso brasileiro, as regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A assessoria de imprensa da Pepsi também não forneceu informações sobre o assunto.

Prejuízos — Segundo o diretor executivo da CSPI, Michael Jacobson, o 4-MEI possui substâncias que podem causar câncer e, por isso, o uso do corante deveria ser proibido. No entanto, a American Beverage Association, representante de bebidas americanas, afirmou que não há comprovação científica sobre os prejuízos à saúde provocados pelo 4-MEI. Segundo informou o Food and Drug Administration (FDA), órgão de saúde dos EUA, é preciso consumir milhares de latas de refrigerante diariamente para atingir a quantidade prejudicial à saúde.

Ao site de VEJA, Auro del Giglio, professor de oncologia e hematologia da Faculdade da Fundação ABC, disse que há substâncias como o 4-MEI que, mesmo que sejam capazes de causar câncer, oferecem riscos muito pequenos. Concordando com o FDA, Giglio afirmou que seria preciso quantidades muito grandes para que o corante prejudicasse a saúde do indivíduo.  Entretanto, o professor afirmou que o refrigerante pode provocar outros problemas, como a obesidade, e, portanto, não deve ser consumido exageradamente.Veja.abril.com.br

 

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