Estelionatário da alta sociedade é preso pela Dececap

 Estelionatário da alta sociedade é preso pela Dececap

Um estelionatário bem articulado, que já atuou como empresário do setor de entretenimento, frequentador de ambientes refinados, por onde também circulam suas vítimas, a maioria personalidades do mundo empresarial e artístico. Assim, pode-se definir Maurizzio Cersosimo Matos, 49 anos, ex-vice presidente regional do banco Citybank, preso por determinação judicial, na manhã de sexta-feira (9), por investigadores da Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap), em sua residência, no Condomínio Encontro das Águas, em Lauro de Freitas.

No imóvel de alto padrão também foram presas a mulher dele, Cláudia Accioly Matos, sócia do golpista em várias empresas de fachada, e a empregada do casal, Cláudia Pedrosa dos Santos, utilizada como ‘laranja’. Os policiais da Dececap apreenderam, na mansão, dois carros de luxo registrados em nome do casal. Outros cúmplices do estelionatário estão sendo investigados.

O mandado de prisão preventiva contra Maurizzio, expedido pelo juiz Eduardo Afonso Maia Cariccio, da 2ª Vara Crime, e os mandados de prisão temporária de Cláudia Accioly e Cláudia Pedrosa foram cumpridos pela delegada Pilly de Faria Dantas, titular da Dececap, e sua equipe, às 6h30, com o apoio do Ministério Público (MP). Entre os golpes mais recentes aplicados por Maurizzio Cersosimo, de ascendência italiana, está a falsificação da escritura de uma ilha na Baía de Todos os Santos, cujo proprietário já havia morrido, e que ele planejava vender por R$ 35 milhões.

Depois de submeterem-se a exames de corpo de delito, no Departamento de Polícia Técnica (DPT), Maurizzio, Cláudia Accioly e Cláudia Pedrosa serão mantidos à disposição da Justiça. O casal ficará custodiado na carceragem da Polinter, no Complexo Policial dos Barris. A delegada Pilly de Faria indiciou os golpistas em inquérito policial por estelionato, falsificação de documento público, falsidade ideológica, uso de documento falso e formação de quadrilha.

Casal já esteve preso nos EUA

Além da Bahia, o casal de estelionatários agia em Pernambuco, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal, tendo Maurizzio Cersosimo sido preso nos Estados Unidos, em 14 de outubro de 2004. Naquele país, ele tentou descontar, na cidade de Houston, no Texas, um cheque no valor de um US$ 1,6 milhão, proveniente de uma golpe aplicado em uma empresa paulista.

Em fevereiro do ano seguinte, poucas semanas antes de uma audiência na Justiça americana, ele fugiu para o Brasil, entrando no país com um passaporte italiano, já que tem dupla cidadania. O passaporte brasileiro continua retido nos Estados Unidos, onde o golpista não pode mais retornar, sob o risco de ser preso novamente.

Chegando à Bahia, o estelionatário providenciou a emissão de segunda via dos documentos pessoais, alegando que havia perdido os originais. Prosseguindo na atividade criminosa no Brasil, Maurizzio aplicou golpes em diversas empresas, entre as quais uma imobiliária, uma fábrica de charutos, blocos de Carnaval, agência de publicidade, uma marina em Salvador e casas de espetáculos, entre outros segmentos. Antes ser preso nos Estados Unidos, atuou como empresário do cantor Ricardo Chaves, que também foi lesado por ele.

Graduado em Administração de Empresas, no ano de 1984, Maurizzio Cersosimo, colega de turma de Ricardo Chaves na universidade, ascendeu rapidamente como profissional do sistema financeiro, chegando a tornar-se vice-presidente regional do Citybank, instituição da qual foi demitido por praticar irregularidades. Afastado da instituição financeira, tornou-se empresário de Ricardo Chaves e, durante os quase dois anos de vigência do contrato, prejudicou financeiramente a carreira do cantor, que o processou judicialmente.

Condenado no ano passado pela 11ª Vara Crime, em primeira instância, o estelionatário também responde a processo na 7ª Vara Crime. Maurizzio já foi indiciado em sete inquéritos policiais pela delegada Carmem Dolores Bittencourt, lotada, na época, no Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP). A maioria desses inquéritos já está na Justiça, e todos foram instaurados após denúncia ao Ministério Público. Com informações da SECOM

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