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Médico comenta sobre a questão da interrupção de gravidez de anencéfalos
O Supremo Tribunal Federal (STF) continuará nesta quinta-feira (12) a decidir a ação que descriminaliza a interrupção de gestações de anencéfalos. O placar é de 5 x 1 a favor da iniciativa, com expectativa de que uma maioria venha a ser formada, no mínimo, com o voto do ministro Carlos Ayres Britto – levando-se em conta seus julgamentos anteriores.
Segundo o ginecologista e obstetra, defensor do parto humanizado (www.partosemmedo.com), Alberto Jorge Guimarães, a ciência entende que anencefalia é causada por um defeito no fechamento do tubo neural (estrutura que dá origem ao cérebro e à medula espinhal). “Pode surgir no final do primeiro trimestre de gestação. O diagnóstico é feito no pré-natal, a partir de 12 semanas de gestação, inicialmente por meio de ultrason morfológico
Entidades médicas afirmam que o Brasil tem aproximadamente um caso para cada 700 bebês nascidos.A grande maioria das crianças que nascem sem cérebro morrem instantes depois.Por essa razão, Dr. Alberto entende que o uso do termo “aborto” é muito pesado. Para ele, deveria se utilizar o termo “interrupção da gravidez”ou “antecipação do parto”.
Além de carregar no útero um bebê fadado a viver possivelmente por alguns minutos, as mães ainda têm de lidar com a burocracia de registrar o nascimento e o óbito no mesmo dia.“Temos que pensar também na vida da mãe, pois é desumano ler esses efeitos nocivos para a saúde da mulher”, referindo-se a problemas recorrentes nas mulheres após gestações desse tipo.
Sobre a fonte:
Alberto Jorge de Sousa Guimarães é médico, ginecologista e obstetra pela Faculdade de Medicina em Teresópolis e mestre pela Escola Paulista de Medicina, UNIFESP. Defensor dos conceitos de Parto Humanizado, idealizado pelo médico francês Michel Odent, bem como as questões de proximidade mãe e filho apontados por Ashley Montagu e Frederic Laboyer. Guimarães começou a praticar no Brasil ideias inovadoras, sobre um novo modelo de assistência a parturiente, enfatizando o parto como um evento de máxima feminilidade, quando a mulher e bebê são os protagonistas. Um conceito de ambiente calmo e tranqüilo, que com o amparo do pai, mãe e bebê vivenciam este momento de forma livre, espontânea e ativa.
Atualmente o médico vem difundindo uma proposta de reformulação dos protocolos de assistência à mulher, propondo um atendimento com menos intervenções farmacológicas e uma assistência mais humana no parto. Embasado por vários estudos científicos, Guimarães pratica com as pacientes o parto na água. Segundo ele, a água quente aliada a técnicas de respiração, pode proporcionar um parto com menos dor e uma passagem mais suave para o bebê que encontra um ambiente externo parecido com o experimentado durante nove meses na barriga da mãe.