Rebelião em complexo penitenciário de SE está sendo negociada, diz SSP

 Rebelião em complexo penitenciário de SE está sendo negociada, diz SSP

Três agentes foram feitos reféns durante a rebelião. Clima é tenso no Complexo Penitenciário Advogado Antônio Jacinto Filho.

Mais de 150 policiais civis, militares e agentes penitenciários foram mobilizados desde o início da tarde do domingo (15), no Complexo Penitenciário Advogado Antonio Jacinto Filho (Compajaf) durante rebelião registrada na unidade penitenciária.

Cerca de 470 internos se rebelaram e tomaram as instalações do Compajaf, localizado no bairro Santa Maria, em Aracaju. Durante a madrugada, o clima continuou tenso e sem acordo. Eles mantêm 128 pessoas como reféns.

Na manhã desta segunda-feira (16), o clima continua tenso dentro do presídio. Os rebelados ocupam o telhado dos pavilhões e gritam para as pessoas que estão do lado de fora. Já foram liberados dois reféns, a mãe e a irmã de um dos presos.

Os detentos estão armados com revólveres e facas. O negociador da crise disse que até agora não houve muitos avanços. As negociações foram suspensas durante a madrugada e devem ser recuperadas em breve.

Os presos exigem as presenças de um advogado, que já está no local, dos secretários de Justiça e de Segurança Pública, além de um juiz e de um promotor. Eles exigem melhores condições de tratamento.

Três agentes foram feitos reféns durante a rebelião, que aconteceu durante a visita de um dos pavilhões da unidade prisional. A ação rápida dos policiais e agentes do Departamento do Sistema Penitenciário do Estado de Sergipe (Desipe), e dos próprios agentes de disciplina da unidade, evitou que outros colaboradores fossem rendidos pelos presos.

A partir daí, um força-tarefa com a participação efetiva das polícias Civil e Militar iniciou a negociação para evitar desdobramentos durante a rebelião. Uma comissão composta pelo secretário de Justiça e de Defesa ao Consumidor, Benedito Figueiredo, o secretário de Segurança Púbica, João Eloy de Menezes, o juiz Hélio Mesquita e o promotor José Cláudio, ambos da Vara de Execuções Penais; além de representantes da PM e Defensoria Pública negociaram com os internos.

De acordo com o negociador de crise da Polícia Militar de Sergipe, capitão Marcos Carvalho, não houve avanços nas negociações porque as exigência não foram cedidas. Todos os 476 internos estão rebelados e os 128 visitantes continuam no interior do presídio, bem como três agentes que permanecem reféns.

Uma comissão formada por um grupo que está à frente da revolta, se reuniu com a cúpula de gerenciamento de crises da Secretaria da Segurança Pública, formada pelo capitão Marcos Carvalho, do Núcleo de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar, o secretário da Justiça de Sergipe, Benedito Figueiredo e o promotor da 7ª vara criminal, Luiz Claudio Almeida Santos, desde a noite do domingo até a madrugada da segunda, mas nenhuma informação sobre a conversa foi divulgada . Apesar do encontro, o clima continua tenso no local e a rebelião segue.

Durante as negociações os presos revelaram que estavam cansados das sessões de tortura que ocorrem no interior do complexo. Eles informaram que iriam entregar uma lista com nomes dos envolvidos nos maus tratos. Além disso, pediram que a direção do presídio fosse mudada e que houvesse mais respeito com as mulheres nos dias de visita.

Durante algumas horas os internos se utilizaram de materiais metálicos e madeira para destruir parte das instalações internas do presídio. Depois de terem tomado basicamente todas as áreas internas do Compajaf, os presos passaram suas principais exigências, que foram entregues ao capitão da Policia Militar, Marcos Carvalho, especializado em gerenciamento de crises.

Colaboradores e servidores da Secretaria de Estado da Justiça (Sejuc) passaram informações para parentes dos internos, que se reuniram na frente da unidade prisional para acompanhar o desfecho da rebelião.G1

Foto: Allan de Carvalho /SSP-SE

 

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