O desgoverno na Bahia

 O desgoverno na Bahia

O desgoverno na Bahia – artigo do deputado Carlos Geilson lido terça na Assembleia Legislativa 

Em apenas cinco meses, Salvador e Região Metropolitana já contabilizaram mais de mil mortes violentas, greve da polícia e quase 50 dias de greve dos professores da rede estadual.

Semana passada nós tivemos um dia apocalíptico em Salvador: professores e agricultores, cegonheiros, rodoviários e muita chuva. Só faltou o piloto do helicóptero do governador fazer manifestação e parar também.

Enquanto isso, o governador fica em silêncio, ou melhor, fica assistindo novela! É a Bahia perdendo investimentos para os estados vizinhos. É a Bahia banhada de sangue. É a Bahia humilhando professores e mutilando o futuro dos alunos.

Não conseguimos compreender o distanciamento do governador. Ele não se apresenta como o comandante máximo do Estado. O governador fica fazendo discursos bonitos e eloquentes, mas distantes da população. Ele não vai a nenhum município onde a seca esta expulsando os sertanejos. Ele não vai em nenhuma favela alagada; não visita nenhuma delegacia ou presídio; não visita nenhuma escola; não conversa com nenhum professor, que foi seu eleitor, que acreditou sem suas promessas.

Este é o governador que o trabalhador elegeu como salvador?

Este é o governador que usou o contra-cheque do servidor para se eleger?

Este é o governador que não negocia e se diz democrático?

Este é o governador que permite a instalação do desgoverno na Bahia?

É um absurdo o governo silenciar e tentar politizar a greve dos professores.

Enquanto o governo trata a greve como uma questão política um milhão de jovens tem o seu ano letivo comprometido. Quase 50 dias de greve dos professores somados à greve dos policiais apontam quase dois meses sem aulas. É matematicamente impossível repor estes quase sessenta dias letivos, só se fizer como no governo de Nilo Coelho e Waldir Pires, que o ano letivo utilizou as férias para repor as aulas pela completa falta de professores em diversas disciplinas.

Mas,o governador fica fazendo cara de paisagem. Fingindo que não vê os professores. Fingindo que não vê as manifestações de agricultores e cegonheiros travarem a capital baiana sob a complacência da polícia militar, que não assegura o direito de ir e vir dos cidadãos.

O governador precisa descer do pedestal e assumir a administração do Estado. Precisa arregaçar as mangas e trabalhar para a Bahia sair do caos em que estamos vivendo. Não temos como não criticar ou não denunciar o que está acontecendo em nosso estado. O governador precisa deixar o discurso de lado e partir para o trabalho.

Tá na hora de ir para o meio povo e resolver os problemas. Não adianta ficar sobrevoando a Bahia sem conhecer de perto os problemas. Ele precisa chegar no sertão e apertar a mão calejada do sertanejo,ouvir o sofrimento de sua gente. Ele precisa conversar com os professores, com o policial militar, com os servidores e saber o que cada um está passando. Quantas mães de famílias já perderam seus entes queridos nessa violência desenfreada?

O governador precisa estar mais perto desse povo, que está sofrendo e amargurado…

SAIA DA REDE GOVERNADOR!

Carlos Geilson (PTN)

Deputado estadual da Bahia

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