Prefeitura suspende atividades, em decorrência da infecção de servidores pela covid-19
Professores mantêm greve e planejam ‘Feira da Sobrevivência’ em Salvador
Greve da categoria dura 22 dias na rede pública de ensino da Bahia. Professores vão armar quitanda na Praça da Piedade, em Salvador.
Os professores decidiram manter o movimento grevista durante a assembleia realizada na manhã desta quarta-feira (2), em Salvador, de acordo com Rui Oliveira, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB).
Rui Oliveira diz que a categoria planejou um ato na Praça da Piedade, na quinta-feira (3), chamado “Feira da Sobrevivência”. A principal motivação para o evento é a suspensão dos salários dos professores pelo governo. “A intenção é chamar a atenção da sociedade. O governo cortou o salário e estamos passando por dificuldade. Vamos vender tomates, cebola, quiabo”, afirma. No Dia do Trabalho, a categoria se reuniu também em protesto contra o corte nos pontos.
A reunião foi feita na Assembleia Legislativa, situada no Centro Administrativo da Bahia, onde a categoria está acampada, e deve ser retomada na segunda-feira (7). O estado já soma 22 dias sem aulas nas escolas da rede pública de ensino. A estimativa é que cerca de um milhão de alunos esteja sem estudar.
Os professores querem reajuste de 22,22% no piso nacional. Eles alegam que o governo fez acordo com a categoria que garantia os valores do piso nacional, ocorrido em novembro do ano passado, e depois ignorou, mandando para a Assembleia um projeto de lei com valores menores. No dia 25 de abril, os deputados aprovaram o projeto enviado pelo executivo que garante o piso nacional a mais de cinco mil professores de nível médio.
A greve já foi considerada ilegal pela Justiça e o governo já disse que vai cortar o ponto dos grevistas, caso eles não voltem ao serviço. O departamento jurídico do sindicato da categoria (APLB) deu entrada em uma ação com pedido de liminar à Justiça na tentativa de derrubar a ordem que impõe multa diária de R$ 50 mil até encerramento da greve. Segundo o presidente do sindicato da categoria, Rui Oliveira, se houver corte dos salários, os professores não vão repor as aulas perdidas durante a paralisação. O Ministério Público fez uma reunião no dia 24 de abril e se colocou à disposição para mediar o impasse entre a categoria e o governo.
Para o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo, o orçamento do estado não permite que seja cumprido o aumento exigido. “O estado não suporta no orçamento reajuste de 22,22%. O orçamento do estado também é para fazer escolas, fazer postos de saúde, poços artesianos, recuperar estradas. Não pode ser apenas para os servidores”, afirma. Já o deputado Paulo Azi (DEM-BA) avalia que a postura de negar o reajuste pode ocasionar a radicalização do movimento. G1 BA