Sem negociação, greve dos professores chega ao 27º dia na Bahia

 Sem negociação, greve dos professores chega ao 27º dia na Bahia

Categoria fez nova assembleia nesta segunda e decidiu continuar greve. Ponto já está sendo cortado; mais de um milhão de alunos estão sem aulas.

Com frutas e mingau, professores de várias partes do estado participaram de um café coletivo na manhã desta segunda-feira (7), em Salvador. A categoria, em greve há 27 dias, continua ocupando o saguão da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), no Centro Administrativo do Estado. Do lado de fora, grevistas realizaram uma nova reunião nesta segunda e decidiram manter a paralisação.

Os professores aguardam um parecer do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) que deve julgar um mandado de segurança em que a categoria pede o pagamento dos salários do mês de abril.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB), os cortes na folha vão de 30 a 100%. “”

Os professores disseram que encaminharam ao Ministro da Educação, Aloízio Mercadante, uma carta aberta relatando a greve na Bahia. O documento também foi entregue ao Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ao Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, convidado a intermediar as negociações junto ao governo do estado.

A greve atinge mais de um milhão de alunos na capital e no interior. Em Juazeiro, no norte do estado, cerca de 900 professores mantém a paralisação. Apenas no Colégio da Polícia Militar as aulas estão sendo realizada. Na tarde desta segunda, os professores devem fazer uma assembleia na praça da cidade pedindo que a população participe de um abaixo-assinado em apoio ao movimento. Já em Barreiras, no oeste do estado, segundo a Diretoria Regional de Educação (Direc), as escolas da rede estadual estão funcionando, mas os alunos não estão comparecendo as aulas.

Reivindicações

Os professores querem reajuste de 22,22% no piso nacional. Eles alegam que o governo fez acordo com a categoria, em novembro do ano passado, que garantia os valores do piso nacional, e depois ignorou o acordo mandando para a Assembleia um projeto de lei com valores menores. No dia 25 de abril, os deputados aprovaram o projeto enviado pelo executivo que garante o piso nacional a mais de cinco mil professores de nível médio.

A greve já foi considerada ilegal pela Justiça e o ponto dos grevistas foi cortado. O departamento jurídico do sindicato da categoria (APLB) deu entrada em uma ação com pedido de liminar à Justiça na tentativa de derrubar a ordem que impõe multa diária de R$ 50 mil até encerramento da greve. Segundo o presidente do sindicato da categoria, Rui Oliveira, com o corte dos salários, os professores não vão repor as aulas perdidas durante a paralisação. O Ministério Público fez uma reunião no dia 24 de abril e se colocou à disposição para mediar o impasse entre a categoria e o governo.

Para o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo, o orçamento do estado não permite que seja cumprido o aumento exigido. “O estado não suporta no orçamento reajuste de 22,22%. O orçamento do estado também é para fazer escolas, fazer postos de saúde, poços artesianos, recuperar estradas. Não pode ser apenas para os servidores”, afirma. Já o

deputado Paulo Azi (DEM-BA) avalia que a postura de negar o reajuste pode ocasionar a radicalização do movimento.G1 BA

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