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Seminário discutirá 90 anos do Partidão
O seminário 90 anos de Comunismo no Brasil, que será realizado entre os próximos dias 12 e 14, na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Ufba, reunindo pesquisadores da Bahia e de outros estados, será uma oportunidade para se discutir o ressurgimento dos partidos comunistas na Europa, devido à crise econômica mundial, bem como a trajetória das chamadas esquerdas no Brasil.
O próprio legado do antigo Partidão na política brasileira, que é reivindicado pelo PCdoB e pelo PPS, é questionado por historiadores como Carlos Zacarias Sena Júnior, presidente da Associação Nacional de História (Anpuh) na Bahia e um dos organizadores do evento. Ele lembrou que os partidos comunistas europeus voltaram a ter voz e importância 20 anos após a queda do Muro de Berlim. “Com a crise do capitalismo, o Estado vem em socorro do sistema. O mesmo Estado que era demonizado até há bem pouco tempo pelo neoliberalismo”, disse, assinalando que o momento é propício para se discutir os sistemas políticos do mundo.
Na visão de historiadores como Zacarias, o PCdoB e o PPS (que surgiu após o deputado Roberto Freire tentar extinguir a sigla PCB que controlava) não são os herdeiros históricos do velho Partidão de personalidades como Luís Carlos Prestes, Carlos Marighella e Giocondo Dias. “O PCdoB se desmembrou do PCB no início da década de 1960 e, com a ascensão do presidente Lula, mudou de lado, passou a ser governo, a ser o dono da caneta”. Em relação ao PPS, apontou a grande incoerência desse partido que também dizia seguir o ideário comunista e tem se associado à centro-direita. “Em Salvador, o PPS vai apoiar a candidatura de ACM Neto do DEM”.
Os assuntos serão discutidos no seminário sobre o partido mais antigo ainda em atividade no Brasil.
Agência A TARDE