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Corregedoria do Ministério Público vai analisar conduta de Demóstenes
Com o retorno de Demóstenes Torres ao cargo de Procurador de Justiça, a Corregedoria-Geral do Ministério Público do Estado de Goiás instaurou reclamação disciplinar, para apurar eventual falta funcional, decorrente dos áudios divulgados da Operação Monte Carlo.
Segundo o Ministério Público, o procedimento tem caráter sigiloso e “visa a coleta criteriosa de elementos seguros para delimitar o objeto da apuração”. Foram solicitados documentos ao Senado Federal e à Procuradoria-Geral da República.
Um diálogo gravado pela Polícia Federal no dia 3 de março de 2011 mostrava que o empresário Carlinhos Cachoeira pediu ajuda ao então senador Demóstenes para transferir policiais militares acusados de integrar um grupo de extermínio no Estado.
Dez dias depois, o irmão de Demóstenes, Benedito Torres, assumiu o cargo de procurador-geral do Ministério Público Estadual, ou seja, chefe dos promotores que atuaram na operação e que deveriam dar o parecer. Todos os pareceres, porém, foram contrários à transferência, que, mesmo assim, foi autorizada pela Justiça. Demóstenes negou ter atendido ao pedido de Cachoeira.
Cassado no Senado na quarta-feira (11), Demóstenes Torres reassumiu ontem o cargo de procurador criminal no Ministério Público de Goiás, do qual estava licenciado desde 1999, início de sua carreira política. O ex-líder da bancada do DEM perdeu o mandato por 56 votos contra 19.
Demóstenes dará expediente em uma sala no 3º andar do edifício-sede do Ministério Público e terá à sua disposição dois assessores diretos. Ontem, ele pediu um prazo de cinco dias úteis de folga para organizar sua volta.
O reinício de sua carreira na Promotoria lhe renderá R$ 22 mil brutos mensais.
Ontem, o ex-senador voltou a dizer que recorrerá ao STF (Supremo Tribunal Federal) para retomar o mandato, e que já tem um novo advogado para a missão.
O anterior, Antonio Carlos de Almeida Castro, disse considerar soberana a decisão do Senado.
BENEFÍCIOS
Mesmo voltando ao cargo de procurador e tendo tido o mandato cassado, ele continuará a ter um plano de saúde vitalício do Senado.
O benefício é pago a todos ex-congressistas que ocuparam o cargo por ao menos 180 dias –Demóstenes esteve na Casa por nove anos.
O plano cobre despesas médicas, odontológicas, psicológicas e de fisioterapia. Seu limite é de cerca de R$ 32 mil por ano.
Da Folha