Petistas avaliam que saíram na frente, mas julgamento não é corrida de 100 m

 Petistas avaliam que saíram na frente, mas julgamento não é corrida de 100 m

Alvo principal da ação do mensalão, o PT terminou o primeiro dia de julgamento com um sentimento de ter largado na frente. Em seus gabinetes, havia um certo clima de comemoração pelo desempenho protelatório de Ricardo Lewandowski e os embates com Joaquim Barbosa.

A repetição desse cenário resultaria em sucesso numa das estratégias dos advogados: evitar o voto de Cezar Peluso, dado como contrário aos réus, já que ele tem de se aposentar até o fim do mês.

O julgamento, porém, está longe de ser uma corrida de 100 metros rasos. Assemelha-se mais a uma maratona. Sair na frente só serve para aliviar a tensão. Os próprios petistas dão como certo que haverá condenações. A dúvida é sobre sua extensão. Torcem pela absolvição de José Dirceu.

Sua condenação significará registrar nos livros de história que havia, dentro do Planalto na era do petista Lula, um comando de distribuição ilegal de grana.

Daí que cada avanço no tabuleiro do julgamento será motivo de comemoração, o que aconteceu ontem quando Lewandowski gastou mais de uma hora para votar pelo desmembramento da ação.Resultado: toda primeira etapa do julgamento, das 14h30 às 18h, foi consumida para derrubar a proposta do advogado Márcio Thomaz Bastos, que defende o Banco Rural.

A atuação de Lewandowski, que levou Barbosa a sair do sério e até deixar o plenário, segue a linha esperada por alguns de seus colegas e agrada em cheio os petistas.Não só por atrasar os trabalhos como também por provocar uma tensão no STF.

Na tática e nos sonhos do PT, o ideal é que seja criado um ambiente de divisão no Supremo. De preferência com ministros assumindo posições favoráveis às teses do partido.

A expectativa entre petistas é que Lewandowski, indicado pelo ex-presidente Lula e amigo da ex-primeira-dama Marisa Letícia, seja um dos a assumir este papel. Ele funcionaria como um “contraponto”, termo já utilizado pelo próprio ministro, ao voto de Barbosa, que será amplamente desfavorável aos réus.

O desempenho de Lewandowski no primeiro dia mostrou que ele tende a ser um dos personagens centrais do mais importante julgamento da história do Supremo. Folha

 

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