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Superlotação no HGE leva paciente a esperar 5 dias por UTI
Salvador – Por falta de vagas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), 15 pacientes em estado grave correm risco de morte no Hospital Geral do Estado (HGE). A emergência também está superlotada. Até o início da tarde de segunda-feira, 27, enfermos estavam há pelo menos cinco dias à espera de um lugar na UTI ou transferência para outra unidade de saúde.
Segundo um denunciante (que preferiu o anonimato), que fez uma foto dos pacientes na emergência superlotada, entre os internados naquele setor estavam vítimas de ferimentos provocados por armas de fogo e armas brancas, acidentados de trânsito, pessoas com queimaduras, pacientes cardíacos e com quadro de acidente vascular cerebral (derrame).
A reportagem de A TARDE teve acesso à ala, onde encontrou, em meio aos pacientes, pessoas idosas. “É uma situação preocupante porque esses pacientes estão à própria sorte, contando com a ajuda de Deus para sobreviver”, avaliou a fonte antes de completar: “Os aparelhos são fundamentais para a manutenção da vida dos pacientes”.
Sedação – De acordo com a fonte, todos eles deveriam estar sob observação, auxiliados pelos aparelhos destinados a monitorar a respiração, a frequência cardíaca e a pressão sanguínea. Ao contrário do que deveria ser o procedimento correto, diz a fonte, os pacientes estão apenas sedados, sob efeito de medicamentos específicos.
Por meio de nota enviada pela assessoria de comunicação da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), o diretor médico do HGE, Manoel Peso, respondeu que os pacientes estão recebendo toda a assistência necessária. “Como se estivessem em um leito de UTI”, afirma a nota. Segundo o texto, os pacientes estão entubados, na regulação, em ventilação mecânica, aguardando a disponibilidade de leitos de UTI. “Não falta medicação nem atendimento médico”, conclui a nota.
Como agravante, não bastasse a situação dos internos da emergência, o quadro de superlotação do HGE é tamanho que dezenas de pacientes estão espalhados pelos corredores da unidade. “Depois de passar pela triagem, esses estão tomando medicação. Provavelmente, à espera de algum procedimento cirúrgico”, informou a fonte.
Os pacientes do corredor estavam deitados em macas, com o suporte utilizado para infusão de soluções intravenosas. Esses últimos, por sua vez, aparentavam estar conscientes, mas mostravam expressão de dor. Questionada, a Sesab não informou a capacidade de atendimento diário da unidade de saúde, assim como a média mensal de pacientes levados ao HGE. No entanto, sua assessoria informou que a demanda da saúde pública é maior que a oferta no país.
Com a inauguração do Hospital do Subúrbio, o HGE perdeu o posto de maior do Estado. O HS tem 268 leitos, entre clínicos e cirúrgicos, para atendimento adulto ou pediátrico (60 deles são de terapia intensiva). Já o HGE possui um total de 266 leitos, sendo que 32 são destinados à UTI de adultos e quatro ao atendimento de queimados, informa o Datasus.
A unidade hospitalar, segundo o site do governo do Estado, faz por mês até 70 mil exames laboratoriais, duas mil radiografias e nove mil raios-X. O hospital também serve mais de três mil refeições por mês, para pacientes e acompanhantes, e lava 60 toneladas de roupa.
Agência A Tarde/ Franco Adailton