Eleições Municipais 2012 – Barulho de Foguetório ou de Tiro no Pé?

 Eleições Municipais 2012 – Barulho de Foguetório ou de Tiro no Pé?

Gilson Fernandes

Em política, como no xadrez, ou na arte da guerra, certas jogadas definem uma estratégia vitoriosa ou um desastre anunciado. Às vezes por não dispor o político/jogador/general conselheiros competentes, ou por não ter o próprio experiência e habilidades necessárias ao embate, toma, acreditando na ilusão da vitória, iniciativas suicidas que o farão arrepender-se amargamente de certas decisões. Das quais não terá sequer o consolo de chorar pelo leite derramado, tendo em vista e exiguidade do tempo (exatos trinta dias) antes do fim do jogo/batalha.

Gilson Fernandes

Depois desse lenga lenga introdutório, chego ao que interessa – a celeuma que tomou conta da cidade ofuscando até as atrações estreladas da Copa Vela: o “forfait” do engenheiro Gilson na disputa pela cadeira de Anilton. Como expert em política (e qual brasileiro não é?) acredito que foi uma daquelas estratégias fadadas a ser lembradas com desalento por quem a gerou e com um “thanks” por quem dela se beneficiou. De todos os resultados concretos oriundos dessa, digamos, pisada na bola, os “prós” perdem de lavada para os “contra”. Acompanhem o meu raciocínio: A militância do 40, embora raquítica e não muito motivada, sabia que eleição se decide nas urnas e não no tamanho da zoada que um candidato pode fazer. Seguia à risca a cartilha de que todo sonho é possível. De repente, após ir às ruas, acreditar que fazia parte de um time vencedor, vestir (e suar) a camisa de Gilson em carreatas e agitação de bandeiras, estampar em seus carros e casas fotos do sorridente Guru 40, brigar com amigos e familiares, acorda para mais um dia de batalha e vê-se de supetão jogada no lixo, qual “santinho” descartado, descamisada, órfã de pai (desnaturado) que a deixou, assim sem mais nem menos e sem aviso prévio na rua da amargura.

É de se esperar que essa turma, que se viu traída na sua ideologia e sonhos, siga cegamente os passos do Guru 40 e caia nos braços da Dama Rosa Choque? Claro que não! O mais provável é que, exceto os poucos que foram cooptados pelo método científico do toma lá-dá cá, (qual será o prêmio do Guru 40 em caso de uma hipotética vitória da Lady-in-Pink?) paguem a traição engrossando as fileiras do Mr. In-Blue (12). Ah, como é doce a vingança…

E a opinião pública, essa velha e tão vilipendiada senhora? Na melhor das hipóteses está achando lá com seus encardidos botões que faltou personalidade e firmeza de caráter do Guru 40 e seus patrocinadores, que num passe de mágica esqueceram, tal como Lula e Maluf, suas viscerais divergências ideológicas e pessoais. Como sou filho dela, caiu por terra todo o respeito e simpatia que tinha pelo Engenheiro. Tem ditado mais verdadeiro do que “ dize-me com quem andas…”?

Mais de um filho da Velha Senhora (a opinião pública, leitor, também chamada carinhosamente de “povão”) me confidenciou, nesse sábado, ter achado um tanto patética a cena de inimigos carnais ali juntinhos e confraternizando no parlatório da Rua da Frente, ante os surpresos turistas vociferando insultos ao Alcaide, prometendo mundos e fundos a quem ingressar no exército Rosa Choque – que alguns já suspeitam ter semelhança com o de Brancaleone.

Na minha modestíssima, porém abalizada opinião (visto que sou, como você, especialista em Sociologia Política) o ato que o Engenheiro perpetrou, voluntariamente ou por livre e espontânea pressão, foi um equivocado e estrondoso tiro no pé. Esquerdo, já que é socialista…

Aldson Miná

aldsonm@gmail.com

Enviado em 08/09/2012 as 10:03 PM

2 Comments

  • Gostei do comentario Aldison, ja que existem yantos insatisfeitos com esta uniao, e eu creio, porque sou um deles, convido aos outros companheiros de disputa eleitoral, a vereador, para se juntar , como eu fiz, ao PSDC, do pr SILVIO PERO 27.

  • Pois é, Antonio. Essa turma fez, a meu ver, uso de uma velha “arma” da política, o Casuísmo. Olhe o que diz Fernando Pelissoli: “Casuísmo significa, em primeiro conceito, uma incauta aceitação passiva de princípios, doutrinas… Entende-se, pois, uma obediência à lei ou à jurisprudência. Doutrina comum nos campos do direito, da moral, da política, ao tomarem-se medidas artificiosas para se resolver algum problema, sem considerar o BEM-COMUM..” alguma semelhança? Quando citei que a debandada dos soldados do 40 iriam engrossar as fileiras do 12, foi por ter em mente o mantra do 40/65: “o inimigo a ser combatido é Anilton”. O exército do meu amigo Silvio pode, sim, e deve, receber de braços abertos alguns desertores. Afinal, a “luta” é para o bem da nossa cidade, não é?

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