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Em Salvador, Mercosul e o ingresso da Venezuela no bloco são temas de seminário
Brasília – Há quatro meses no Mercosul, a Venezuela será hoje (23) o principal tema de discussões, em Salvador, na Bahia, do seminário que debate as perspectivas econômicas e comerciais do bloco, assim como a integração do setor produtivo. Com o ingresso da Venezuela, o grupo passa a ter o equivalente a 70% da população da América do Sul, 83,2% do Produto Interno Bruto (PIB) sul-americano e 72% de área.
Fundado em 1991, o Mercosul gerou aumento no intercâmbio comercial da região, segundo dados do governo. Em 1990, o intercâmbio entre os integrantes do bloco era US$ 4,1 bilhões. Em 2011, o fluxo cambial atingiu US$ 104,9 bilhões. Com a participação da Venezuela, serão 270 milhões de habitantes, registrando um PIB a preços correntes de US$ 3,3 trilhões em um território de 12,7 milhões de quilômetros quadrados (72% da área da América do Sul).
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, abre agora de manhã o seminário Mercosul: Novas Perspectivas, do qual participam o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), embaixadores brasileiros e estrangeiros, além de autoridades do Brasil, da Argentina e Venezuela.
Diplomatas que acompanham o assunto disseram à Agência Brasil que a escolha de Salvador para sediar o debate foi proposital, para incentivar o desenvolvimento das regiões Nordeste e Norte a partir do ingresso da Venezuela no bloco.
Oficializada como integrante do Mercosul em julho, a Venezuela passa a fazer parte do bloco formado pelo Brasil, pela Argentina, pelo Uruguai e o Paraguai – suspenso do grupo até abril de 2013 quando há eleições presidenciais no país.
Atualmente, o Equador e a Bolívia são membros associados do Mercosul, assim como o Chile, a Colômbia e o Peru. São membros observadores o México e a Nova Zelândia. No entanto, estão avançadas as negociações para que o Equador, a exemplo da Venezuela, passe a fazer parte do bloco.
As negociações para a Venezuela integrar o Mercosul demoraram seis anos. A decisão foi tomada em junho, quando os presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner (Argentina) e José Pepe Mujica (Uruguai) anunciaram a incorporação dos venezuelanos e a suspensão do Paraguai de forma temporária.
Em 29 de junho, o Paraguai foi suspenso porque os presidentes concluíram que o processo de destituição do poder do então chefe de Estado Fernando Lugo não seguiu os preceitos democráticos. Lugo foi submetido a um processo de impeachment e em menos de 24 horas perdeu o poder. Agência Brasil