Procurador afirma que Marcos Valério não precisa de proteção especial

 Procurador afirma que Marcos Valério não precisa de proteção especial

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou na segunda-feira (5) que não há motivo para conceder proteção especial ao empresário Marcos Valério de Souza (foto), considerado o operador do mensalão, pois ainda não há risco iminente de atentados contra a integridade física dele. Gurgel disse que esse entendimento resulta da própria posição da defesa de Valério, manifestada em setembro passado, quando o advogado do empresário enviou um fax ao STF (Supremo Tribunal Federal) sobre tal fato.

“A notícia que me chegou dele (Marcos Valério) foi no sentido de que não havia ainda nada que justificasse uma providência imediata”, disse o procurador-geral. “Agora, se ele viesse a fazer novas revelações, aí sim, esse risco poderia se consubstanciar.” Gurgel também afirmou que, se Valério quiser, pode fazer uma delação premiada em relação aos outros inquéritos que foram desmembrados e, eventualmente, ser beneficiado nestes inquéritos e não mais no julgamento do mensalão. O procurador-geral está em Aracaju, onde participa do Encontro Nacional do Judiciário.

Segundo reportagem da revista “Veja” desta semana, Valério declarou à Procuradoria que o PT lhe pediu dinheiro para silenciar pessoas ligadas ao assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em 2002. As declarações fazem parte da tentativa do operador do mensalão de obter uma delação premiada –ou seja, revelar informações em troca de benefícios, como uma diminuição de sua pena. Com base no relato do empresário, a revista afirma que, em 2003, o ex-presidente Lula e o ministro Gilberto Carvalho, então chefe de gabinete de Lula, estavam sendo chantageados por figuras suspeitas de ter participação no crime.

Segundo a revista Veja, Valério diz que se recusou a colaborar e que um banco arranjou o dinheiro para os petistas. O jornal “O Estado de S. Paulo” afirmou que Valério revelou, em depoimento à Procuradoria-Geral da República em setembro, ter repassado dinheiro ao empresário de Santo André Ronan Maria Pinto, apontado pelo Ministério Público como integrante de um esquema de cobrança de propina na prefeitura paulista. O empresário nega.

Agência Folha

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