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Seca afeta rebanho ovino e caprino da Bahia
O Nordeste é líder na ovinocaprinocultura, com mais de 9,8 milhões de ovinos (carneiros e ovelhas) e quase 8,5 milhões de caprinos (bodes e cabras). Com isso, a região responde por 68,8% de todo o rebanho caprino e ovino do país. O assunto é abordado esta semana no programa Encontro com Gabrielli, que está disponível para download no site www.facebook.com/encontrocomgabrielli.
Se for considerado apenas o rebanho caprino, o Nordeste é responsável por 90% do quantitativo nacional. E a Bahia tem um papel importante nesse cenário. Atualmente, cerca de 600 mil agricultores familiares baianos, a maior parte vivendo no sertão, têm na criação de ovinos e caprinos uma das principais fontes de renda.
Quando se fala especificamente na criação de bodes e cabras, a Bahia é líder nacional, tendo seis municípios entre os dez maiores produtores do Brasil (Casa Nova, Juazeiro, Curaçá, Uauá, Canudos e Monte Santo). A Bahia também tem o segundo maior rebanho de carneiros e ovelhas do Brasil, só perdendo para o Rio Grande do Sul.
Somados os rebanhos de caprinos e ovinos, a Bahia tem aproximadamente seis milhões de cabeças. “É, sem dúvida, um número extraordinário. Mas isso não significa que não temos dificuldades”, ressalva o economista e secretário do Planejamento da Bahia, José Sergio Gabrielli.
SECA – De acordo com a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), devido à seca prolongada que afetou os pastos e reduziu a quantidade de água para os animais, o rebanho baiano deverá ser reduzido. “Ainda é cedo para falar em números exatos, pois o produtor só vai atualizar os dados do seu rebanho ao final da campanha contra a febre aftosa, que só vacina bois e vacas, mas ele espera esse momento para informar os números dos rebanhos bovinos, caprinos e ovinos”, observa Gabrielli.
Até o momento, foram declarados exatos 5,6 mil óbitos entre caprinos e ovinos. “Esse número é muito pequeno em comparação com a totalidade do rebanho. Mas temos informações que muitos animais foram abatidos durante esse período de estiagem”, declara Gabrielli.
As áreas do estado mais castigadas pela seca são, justamente, onde é forte a ovinocaprinocultura. Os Territórios de Identidade que concentram a maior parte dos rebanhos são: Sertão do São Francisco, Itaparica e Semiárido Nordeste II. Segundo cálculos da Adab, serão necessários três anos de chuvas regulares para recuperar as pastagens que atendem aos rebanhos.
“Até lá, é importante que os criadores invistam no melhoramento genético para que os animais nasçam e cresçam mais resistentes às condições climáticas do estado”, sugere o secretário. “Para aquecer a atividade também é importante realizarmos projetos de ampliação do número de frigoríficos especializados em caprinos e ovinos”, acrescenta.
Atualmente, a Bahia conta com cinco desses frigoríficos, que ficam nas cidades de Feira de Santana, Jussara, Pintadas e Juazeiro, além de outros 22 estabelecimentos multifuncionais. “Existe a previsão de implantação dos frigoríficos de Itiúba, Uauá e Remanso, que vão poder atender melhor as demandas dessas regiões e amenizar a carência do setor”, anuncia Gabrielli.