O VOCABULÁRIO COMUM DA LÍNGUA PORTUGUESA. Por Luiz Carlos Amorim

 O VOCABULÁRIO COMUM DA LÍNGUA PORTUGUESA. Por Luiz Carlos Amorim

Escrevi, recentemente, um artigo sobre a prorrogação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, no Brasil, até concordando com o fato, mas porque não havia encontrado nenhuma evidência de que o Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa estivesse sendo elaborado, já que ele era requisito imprescindível para que a reforma entre em vigor em todos os países envolvidos.

Então o artigo foi lido por pessoas especialistas no assunto, que estão envolvidas na elaboração do Vocabulário Comum e tive informações, a princípio, seguras. Foi uma agradável surpresa saber que o Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa está, finalmente, sendo elaborado, os representantes dos países onde o português é falado estão se reunindo para chegar a um vocabulário comum. Os trabalhos estão sendo coordenados pelo Instituto Internacional da Língua Portuguesa, da Comunidade dos Países da Portuguesa, “ com o objetivo de estabelecer regras de escrita comuns e não determinar uma língua comum, uma forma comum de se falar ou sequer uma forma gráfica igual para todas as palavras da língua portuguesa.“

Acho complicado afirmar “precisamos de um vocabulário comum a todos os países de língua portuguesa, mas não para determinar uma língua comum”, pois parece contradição; que o objetivo é “estabelecer regras de escrita comuns”, mas não “uma forma gráfica igual”, pois parece redundância. Mas creio que isso se refere ao fato de que várias palavras com mesmo som são escritas de maneira diferente, já que o “c” e “ss” têm o mesmo som, “z” e “s”,em alguns casos, também têm o mesmo som, etc.

Ou porque o acordo prevê, entre outras coisas, diferente do que acreditávamos: “BASE IV – DAS SEQUÊNCIAS CONSONÂNTICAS:

1º) O c, com valor de oclusiva velar, das sequências interiores cc (segundo c com valor de sibilante), cç e ct, e o p das sequências interiores pc (c com valor de sibilante), pç e pt, ora se conservam, ora se eliminam. Assim:

a) Conservam-se nos casos em que são invariavelmente proferidos nas pronúncias cultas da língua: compacto, convicção, convicto, ficção, friccionar, pacto, pictural; adepto, apto, díptico, erupção, eucalipto, inepto, núpcias, rapto.

b) Eliminam-se nos casos em que são invariavelmente mudos nas pronúncias cultas da língua: ação, acionar, afetivo, aflição, aflito, ato, coleção, coletivo, direção, diretor, exato, objeção; adoção, adotar, batizar, Egito, ótimo.

c) Conservam-se ou eliminam-se, facultativamente, quando se proferem numa pronúncia culta, quer geral, quer restritamente, ou então quando oscilam entre a prolação e o emudecimento: aspecto e aspeto, cacto e cato, caracteres e carateres, dicção e dição; facto e fato, sector e setor, ceptro e cetro, concepção e conceção, corrupto e corruto, recepção e receção.

d) Quando, nas sequências interiores mpc, mpç e mpt se eliminar o p de acordo com o determinado nos parágrafos precedentes, o m passa a n, escrevendo-se, respetivamente, nc, nç e nt: assumpcionista e assuncionista; assumpção e assunção; assumptível e assuntível; peremptório e perentório, sumptuoso e suntuoso, sumptuosidade e suntuosidade.”

Vale acrescentar, também considerando o que esclarece a transcrição acima, que a imprensa em Portugal vem seguindo, na sua maioria, o Acordo Ortográfico, assim como a televisão, o sistema de ensino, instituições e empresas privadas, conforme informação de pessoas residentes em Portugal.

De maneira que é razoável a justificativa da propositora da prorrogação do Acordo Ortográfico no Brasil, Ana Amélia Lemos, para o início de 2016, para se alinhar ao prazo de validação em Portugual.

 Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://luizcarlosamorim.blogspot.com

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