Prefeitura suspende atividades, em decorrência da infecção de servidores pela covid-19
Gurgel tem acumulado desafetos por conta de invetigações do mensalão
Nos últimos quatro anos, Roberto Gurgel acumulou desafetos. Responsável pela denúncia dos reús do mensalão e por outras polêmicas, o procurador terá que se defender até o fim do mandato
Roberto Gurgel cumpre quatro anos de mandato à frente da Procuradoria Geral da República em agosto deste ano. Mas a tarefa que ele recebeu em 2009, quando tomou posse, pode ter sido uma das mais inglórias da história do cargo. Nomeado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e reconduzido por Dilma Rousseff, Gurgel sabia que cairia em suas mãos a função de analisar a ação penal sobre o mensalão, escândalo que veio à tona no governo petista. O procurador já começou o trabalho entre a cruz e a espada, ciente de que poderia agradar ao partido do presidente ou irritá-lo de vez, denunciando os réus ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ao escolher o segundo caminho, Gurgel reduziu a fama de “engavetador-geral”, mas terminará seus dias no cargo como um “colecionador-geral de inimigos da República”. Além de poderosos do PT, a lista inclui outros desafetos, como o ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL) e o atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
O fogo cruzado de que Gurgel foi alvo teve origem tanto na oposição quanto na base governista. Em 2011, quando arquivou pedidos de investigação contra o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, cujo patrimônio teria aumentado 20 vezes em quatro anos, o procurador foi aplaudido por governistas e alvejado por oposicionistas. Na época, foi-lhe atribuída a alcunha dada anos mais cedo a Geraldo Brindeiro, que ocupava o mesmo cargo no governo de Fernando Henrique Cardoso — “engavetador-geral da República”. Um dos críticos mais ferrenhos da ação de Gurgel na época foi o ex-senador, então líder do DEM, Demóstenes Torres (GO). Um ano depois, o parlamentar foi vítima de denúncias do procurador. Correio Braziliense