Comer chocolate não causa espinha, desmitifica dermatologista

 Comer chocolate não causa espinha, desmitifica dermatologista

 Ainda segundo a especialista, o doce diminui a chance de doenças cardiovasculares, tais como infarto e AVC.

 A associação entre chocolate e espinha sempre foi automática para o desespero dos chocólatras. Mas segundo a dermatologista Cintia Otsubo, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, não há nenhuma referência na literatura médica que realmente comprove isso.

 “O que se sabe é que a acne é uma doença crônica e inflamatória da pele que geralmente ocorre em adolescentes. E as causas decorrem de inúmeros fatores, tais como: genéticos, hormonais, hipersecreção sebácea, hiperqueratinização do folículo piloso e a colonização bacteriana do Propionibacterium Acnes”, explica.

 Ainda segundo Cintia Otsubo, a gordura relacionada à acne é produzida principalmente pela glândula sebácea, que responde a estímulos hormonais. “Mas esta gordura não está relacionada com aquela que ingerimos através do chocolate. Portanto, não existe uma relação direta que ligue esta gordura que ingerimos do alimento à hipersecreção sebácea”, enfatiza a especialista de São Paulo.

 O chocolate tem como sua principal matéria-prima o cacau, fruto descoberto há mais de dois mil anos pelos nativos das Américas. E embora tenha ganhado a fama de vilão, no que se refere à pele, ele oferece inúmeros benefícios à saúde, principalmente o amargo, pois contém maior concentração de cacau e menor adição de açúcares e gordura, além de vitaminas (A, E, B1, B2, B3, B6 e B12), ácido fólico e minerais essenciais, como magnésio, cobre, potássio, zinco, cálcio e manganês.

“O segredo do chocolate amargo é a altíssima concentração de certos flavonóides, que atuam como antioxidantes e protegem o organismo da ação danosa dos radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento precoce, bem como pela incidência de doenças como o câncer. As catequinas, da mesma família dos flavonoides, agem nas artérias, promovendo a queda da pressão, diminuindo assim a chance de doenças cardiovasculares tais como infarto e AVC”, disse a dermatologista.

Os cientistas descobriram que flavonoides como a epicatequina protegem as células nervosas. Já as procianidinas (polifenol), possuem propriedades antioxidantes e servem para proteger as células das degenerações do tumor, como no caso de câncer de intestino. E ambos são encontrados no chocolate. Alguns estudos demonstraram que a atividade antioxidante do cacau é comparável a do café e superior a dos chás herbais, incluindo o chá verde.

Mas os benefícios do cacau vão além e podem ser relacionados também ao aumento da atividade de certas áreas envolvidas com a imunidade do nosso organismo e protegem os neurônios dos efeitos dos radicais livres. Além disso, o chocolate aumenta a produção de endorfina, dopamina, serotonina, triptofano e magnésio, substâncias responsáveis pela sensação de felicidade, bem estar e relaxamento.

Tipos de Chocolate:

Quanto maior a concentração de cacau e menor a adição de açúcares e gordura, melhor será para o corpo. Não é à toa que as versões amargas do chocolate são as preferidas dos especialistas. “Por ter uma concentração de pelo menos 50% de cacau, ele pode agregar muitos benefícios à saúde”, explicou a dermatologista Cintia Otsubo.

O chocolate ao leite também tem vantagens, mas possui menor concentração de cacau, além de ter mais açúcar e leite. Já os tipos menos recomendados são o branco e o diet, já que o primeiro nem sequer possui a adição do cacau na formulação, enquanto o segundo é destinado apenas para aquelas pessoas que não podem consumir açúcar.

O consumo diário recomendado de chocolate é de 25 gramas. Isso equivale a aproximadamente quatro quadradinhos de um tablete. Essa quantidade já garante os benefícios do cacau, melhora a parte inflamatória, circulatória e elimina alguns radicais livres.

Mesmo diante de tantas propriedades positivas, a especialista dá um alerta: “Não exagere na quantidade. O excesso de qualquer alimento, por mais benéfico que seja, traz danos à saúde. O segredo é consumir com moderação”.

Cacau e os benefícios para a beleza:

Por ser rico em polifenóis, um poderoso antioxidante que neutraliza os radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento precoce da pele quando produzidos em excesso, o chocolate está ganhando cada dia mais espaço nas clínicas de beleza e tratamentos estéticos.

A Chocolaterapia é muito indicada para quem sofre com o ressecamento da pele. “Isso porque a aplicação do chocolate misturado a outros cosméticos traz revitalização e hidratação profunda, recuperando o brilho e, em alguns casos, até mesmo a tonicidade da pele”, explica a dermatologista Cintia Otsubo.

A própria manteiga de cacau, hoje já muito popular, contém grandes quantidades de antioxidantes, especialmente a vitamina E, que estimula a produção de colágeno, substância que dá a elasticidade da pele. Isso ajuda a combater as rugas e outros sinais de envelhecimento. Além disso, ela é um excelente hidratante, por ser rica em vitaminas A e C, que além de oferecer um efeito calmante para a pele, é utilizada também para tratar certas doenças, tais como eczema, dermatite ou problemas relacionados a peles muito secas.

A manteiga de cacau também pode ser usada em cremes, máscaras e banhos terapêuticos, proporcionando sensação de bem estar e devolvendo luminosidade e maciez à pele. “O chocolate possui ácido graxo, que, em contato com a pele, forma uma camada de proteção, com alto poder de hidratação”, disse a especialista.

Quem tem pele oleosa também pode fazer, uma vez que a máscara facial antioxidante à base de chocolate pode ser aplicada em todos os tipos de pele e proporciona um efeito restaurador, conferindo brilho e suavidade à pele.

Outra técnica estética muito utilizada hoje em dia são os tratamentos para os cabelos, como a escova de chocolate, que além de alisar, tem o poder de controlar os fios mais rebeldes e restaurar os fios danificados.

“Existem tratamentos capilares à base de cappuccino e chocolate e ambos são indicados para os f­ios quebradiços e desvitalizados pelo uso constante de químicas. Quem tem raiz oleosa deve fazer essa hidratação apenas ao longo dos f­ios, evitando o couro cabeludo”, finaliza a dermatologista.

Sobre Dra. Cintia Otsubo (CRM 90387):

Dra. Cintia Otsubo é médica dermatologista formada pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), com especialização em dermatologia clínica, cirúrgica e estética. É membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e sócia-diretora da clínica Bella Derma, em São Paulo, com foco em tratamentos dermatológicos e procedimentos estéticos. Visite: www.belladerma.com.br

 Making Off Comunicação Estratégica

Joyce Matsushita

Siga o PANotícias no facebook.com/pauloafonsonoticias

Deixe uma Resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *