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Oportunista, governo omite erros para propagandear Copa
Aldo Rebelo lista investimentos bilionários para retratar o evento como motor do desenvolvimento. Até agora, porém, só os gastos nos estádios decolaram
O governo federal ocultou dados importantes e omitiu seus próprios fracassos ao tentar reverter as críticas da população contra os gastos excessivos com a Copa do Mundo de 2014. Em evento oficial da Fifa, na manhã de segunda-feira, o ministro Aldo Rebelo e seu principal auxiliar, Luís Fernandes, fizeram uma longa apresentação em defesa dos investimentos ligados ao evento. Tentaram retratá-lo como um acelerador do crescimento econômico, garantindo que as despesas públicas com a Copa vão muito além das obras nos estádios e se estendem a áreas como mobilidade urbana, aviação civil e segurança – não por coincidência, alguns dos setores da administração pública que são mais criticados pelas centenas de milhares de manifestantes que foram às ruas neste mês.
Dentro dos orçamentos de 28 bilhões de reais da Copa, 18 bilhões estão previstos para mobilidade urbana, aeroportos e segurança pública. Até agora, porém, só 12,7% desses recursos foram executados. No caso dos estádios, 60% dos investimentos estão executados e 96% contratados
As cifras envolvidas na organização do Mundial, no entanto, indicam que o governo age de forma oportunista quando tenta defender o evento e seu legado. Afinal, por mais que diga que as melhorias não se limitam às novíssimas arenas das cidades-sede, uma fatia muito pequena do que foi prometido para as outras áreas – justamente os setores que mais motivam reivindicações nas ruas – já foi efetivamente investida. A única parte em que os gastos deslancharam conforme o previsto foi a conta de 7,1 bilhões de reais com a reforma ou construção dos doze palcos do torneio.
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