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Piranhas, no Sertão de AL, oferece roteiro turístico histórico e cultural
Às margens do São Francisco, cidade encanta pelos casarios coloridos. Turistas podem passear pela Rota do Cangaço e pelo cânions do rio.
Não há como não se render aos encantos do Alto Sertão alagoano. Na região do Semiárido nordestino, onde o “Sertão virou mar”, o Rio São Francisco alagou cânions, permitindo a navegação de embarcações, e o homem construiu cidades e povoados com casarios coloridos em meio à geografia acidentada do lugar, que ainda resguarda a história de um dos personagens mais conhecidos do Nordeste: o cangaceiro Lampião.
A reportagem do G1 apresenta um roteiro turístico que começa em Piranhas, cidade histórica de Alagoas tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional. Segue pela Rota do Cangaço, percorrendo a trilha que a volante militar fez em busca do bando de Lampião e Maria Bonita, até a Grota do Angico, onde parte do grupo foi morto, para depois desvendar parte das belezas dos Cânions do São Francisco e um pouco da arte e dos sabores do Sertão.
Localizada às margens do Rio São Francisco, a 280 km de Maceió e com pouco mais de 20 mil habitantes, Piranhas é uma cidade que se destaca principalmente devido ao seu patrimônio histórico, que é um dos mais conservados do país. A cidade antiga foi construída “talhada” entre os montes de vegetação da caatinga e ganhou fama ao expor, na década de 30, as cabeças de Lampião e Maria Bonita, em frente ao prédio da Prefeitura Municipal.
Devido à geografia do lugar, há mirantes por todos os lados na chamada “Cidade Velha”, conhecido Centro Histórico, e nos arredores do município. Na área central da cidade, os principais ficam paralelos ao Rio São Francisco, com o estado de Sergipe do outro lado da margem. A visão, tanto destes, como dos demais pontos estratégicos para contemplação do lugar, expõe a beleza exuberante do rio e dos montes.
Aos que dispõem de fôlego, vale percorrer as ladeiras e escadarias em busca dos melhores ângulos para as fotos. Calçados confortáveis e roupas fazem a diferença neste percurso, já que o calor costuma ser intenso durante o dia, até mesmo no inverno.
Para aqueles que preferem um roteiro sem grandes esforços, a cidade baixa já vale a visita. É no centro histórico que estão atrativos como o Relógio da Torre, a Estação Ferroviária com a antiga Maria Fumaça, que cortava as cidades do Sertão, e diversos prédios históricos como museus e o galpão da feirinha de artesanato.
O centro histórico também é local de boemia. De dia, as atenções se concentram nos bares da orla que ficam às margens do São Francisco. Há pontos sinalizados para banho e os mais atentos terão a oportunidade de apreciar as antigas embarcações que fizeram história navegando pelo rio: as canoas de tolda.
À noite, com a cidade iluminada, o cenário da “Lapinha do Nordeste”, nome dado por D. Pedro II quando visitou Piranhas, é ainda mais encantador. A animação fica por conta dos bares que se concentram em um largo da parte baixa da cidade.
Considerado um dos principais destinos turísticos de Alagoas, e localizado bem próximo das divisas de Sergipe e Bahia, Piranhas serve de ‘porto’ para quem deseja aproveitar outros atrativos da região, a exemplo do Complexo Turístico da Chesf, que reúne um conjunto de opções para amantes das belezas naturais e históricas do Sertão e da região do São Francisco.
Com estrutura turística considerável, Piranhas possui pequenas hospedagens, algumas delas localizadas no entorno do centro histórico, e bons restaurantes e agências que oferecem passeios para diversas atrações da região. Há empresas de turismo que operam o destino saindo de Maceió e de Aracaju.
Fotos: Waldson Costa/ G1