PP fica com pasta e pretende tomar posição Pró-Dilma

 PP fica com pasta e pretende tomar posição Pró-Dilma

Dono da quarta maior bancada de deputados e de mais de três minutos e meio de tempo de propaganda na TV por dia, o PP deverá apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff, ao contrário do que ocorreu na eleição passada, quando optou por não fazer aliança com nenhum candidato. Se firmarem a aliança, será um golpe para o presidente do PSDB, Aécio Neves, provável candidato à Presidência, que trabalha nos bastidores para manter o PP neutro.eleicoes 2014

Pesou na decisão – ainda não fechada, mas bem encaminhada – a pressão feita pelo PT e pelo governo sobre o partido, detentor do Ministério das Cidades. Pelo pré-acordo costurado, o PP manterá a pasta, mesmo depois da saída do ministro Aguinaldo Ribeiro, que deverá disputar o Senado pela Paraíba.

A coligação com a presidente Dilma, no entanto, não conseguirá amarrar o partido ao PT nos Estados. Como não há possibilidade de aliança com os petistas no Acre, Amazonas, Goiás, Minas, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, os diretórios serão liberados para fazer alianças com o PSDB, com o DEM, PPS, entre outros. Só em São Paulo é que a decisão terá de ser referendada pela direção nacional, numa combinação feita com o deputado Paulo Maluf.

“Hoje, a maioria dos diretórios é pela reeleição da presidente Dilma Rousseff”, disse ao Estado o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI). Nas contas dele, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul são contrários à coligação e votarão para que o partido repita o que foi feito em 2010, quando não deu apoio a ninguém. Para evitar rachas internos, ficou decidido então que nos Estados o PP não será obrigado a repetir a aliança nacional. “Não há mais verticalização. Cada um pode fazer a coligação que quiser”, disse Nogueira.

O acordo para que o PP apoie a reeleição de Dilma Rousseff vem sendo costurado desde agosto. Ciro Nogueira teve reuniões com o presidente do PT, Rui Falcão, o ministro Aloizio Mercadante (Educação), provável coordenador da campanha de Dilma, o ministro Alexandre Padilha (Saúde), a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e a presidente Dilma. Nas negociações, o PP acertou ainda a indicação do candidato a vice-governador na chapa de Wellington Dias (PI) para o governo do Piauí, o que resolveu a situação de Ciro Nogueira no Estado.

Desde que a aliança começou a ser feita, Ciro Nogueira tem se aproximado cada vez mais do Palácio do Planalto. Para começar, ajudou a retirar da liderança do partido na Câmara o deputado Arthur Lira (AL), muito próximo do líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), nome que o governo detesta. No lugar de Lira foi eleito o deputado Eduardo da Fonte (PE).

Agora, com a autorização do presidente do partido, o PP negocia um bloco governista com o PROS, que tem 17 deputados. Juntos, os dois partidos poderão ficar com 58 deputados, o que garante muita força para o grupo, além de aumentar o capital político na hora de negociar apoio a Dilma.

João Domingos, Agência Estado

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