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Campos adere a programa federal mas alfineta governo Dilma
O tom da cerimônia foi de crítica à política cultural adotada pelo governo federal, que concentra, segundo Campos, quase todos os recursos no Sudeste. PE era o único do Nordeste que não havia aderido ao sistema
O governador de Pernambuco e possível candidato à Presidência da República no ano que vem, Eduardo Campos (PSB), assinou na manhã de ontem a adesão do Estado ao Sistema Nacional de Cultura, do Ministério da Cultura. O tom da cerimônia foi de crítica à política cultural adotada pelo governo federal, que concentra, segundo Campos, quase todos os recursos no Sudeste do país. Pernambuco era o único Estado do Nordeste que não havia aderido ao sistema, que deve funcionar como uma espécie de SUS (Sistema Único de Saúde) para a área da cultura.
O sistema nacional estabelece requisitos que os Estados têm de cumprir, como ter um fundo para cultura e instâncias de debate com a sociedade. Seu objetivo é criar uma gestão integrada de ações culturais em todo o país. “A gente quer aderir [ao Sistema Nacional de Cultura], mas a gente quer que o mecanismo seja melhor, e a forma de ser ouvido era exatamente retardar essa adesão para dizer: “Nós estamos colocando isso porque Pernambuco tem feito a sua parte. Proporcionalmente, nós temos o maior orçamento de cultura do Brasil”, disse Campos. “Se o Brasil botasse o tanto [de recursos] que Pernambuco coloca só no Funcultura [fundo estadual], o fundo nacional teria mais que o dobro do dinheiro”, afirmou.
Segundo o governo, o Funcultura, que tinha em 2006 cerca de R$ 6 milhões, passou a ter neste ano R$ 33,5 milhões. A adesão simbólica ao Sistema Nacional de Cultura foi feita em cerimônia na sede provisória do governo em Olinda, região metropolitana do Recife, com a presença de autoridades e artistas. O evento, que é mais um em tom de crítica ao governo de Dilma Rousseff (PT) desde que o partido de Campos desembarcou do governo federal, de olho nas eleições de 2014, também serviu para acalmar parte da classe artística pernambucana.
Isso porque nos últimos dias se disseminaram rumores de que a reforma administrativa anunciada por Campos iria extinguir a Secretaria Estadual da Cultura. A reforma que ocorreu fundiu outras secretarias, mas não mexeu na de Cultura. O Povo