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Pinheiro se manifesta sobre sucessão ao governo da Bahia no plenário do Senado
Na véspera da reunião do diretório do PT da Bahia, que pode definir o nome do partido para a cabeça da chapa governista nas eleições 2014, o senador Walter Pinheiro (PT-BA) fez um pronunciamento no Senado, hoje (28), ratificando seu nome na disputa para apreciação do partido.
“Quero continuar dizendo isto ao PT da Bahia, aos aliados, ao Governador, à minha Base: nosso nome está à disposição. Essa é a minha obrigação”, afirmou o senador, que defende uma discussão de projetos e perfil de candidatura, “mais do que discutir nomes”.
Pinheiro reafirmou que, independente da decisão, vai estar junto, como sempre esteve, na defesa do projeto. Citando sua dedicada trajetória parlamentar de mais de 20 anos no PT, reafirmou sua lealdade ao partido. “É esse acumulado histórico que me permite, no dia de hoje, dizer que estou preparado para a decisão que sairá de amanhã e, com certeza, extremamente consciente de que continuarei contribuindo seja qual decisão for para essa próxima caminhada”, resumiu.
Pinheiro relatou que a plenária estadual do seu mandato, realizada no sábado passado (23), consagrou seu nome como opção ao PT. E, parafraseando o samba de Noel Rosa, disse: “Com que roupa eu vou? Eu escolho a roupa para a festa a partir do motivo da festa. Eu escolho a roupa para um ato, para um evento, para uma posse, para um congresso, a partir exatamente do que há lá, obedecendo, às vezes, até determinados rituais, mas o conteúdo é mais importante. De nada adianta uma roupa bonita, quando um corpo não a consegue sustentar. De nada adianta a fachada de fora, quando, por dentro, não há absolutamente nada. A roupa tem a ver exatamente com o conteúdo que se carrega aqui dentro, com aquilo que a vida nos possibilitou falar e falar de forma muito franca e muito direta. Isso fiz sábado passado, isso fiz ao longo da minha trajetória”.
Ele lembrou de seu encontro, ao assumir o primeiro mandato na Câmara dos Deputados, com o senador Antonio Carlos Magalhães: “Tive a coragem, inclusive, de visitar alguém com quem, durante anos e anos, estive numa trincheira de verdadeiro enfrentamento. Disse-lhe: ‘Não sou sei inimigo. Sabe por quê? Porque nunca fui seu amigo. Eu fui seu adversário na política. Hoje sou seu companheiro de Congresso Nacional’ ”.
Emocionado, Pinheiro citou o apoio incondicional da família para se dedicar à política e ao PT: “Meus filhos continuaram vendo o pai cada vez mais se afastando de casa para se dedicar à luta, para se dedicar à labuta, para cumprir os compromissos que assumi, quando assinei a ficha no Partido dos Trabalhadores”.
E finalizou: “Espero que o meu Partido tenha a capacidade de avaliar o que estou dizendo nesta tribuna…”.
Líderes da base e da oposição manifestam apoio a Pinheiro
Os apartes durante e após o pronunciamento começaram com um dos principais adversários de posições políticas, como no embate ao fim do voto aberto, o líder do PSDB Aloysio Nunes (SP). “Eu tenho orgulho de ser seu companheiro de Congresso Nacional e seu amigo. O político do PT de quem eu, Líder do PSDB, me tornei, ao longo dos anos de convivência, amigo e admirador. Eu não sei qual será a escolha do PT, mas eu tenho certeza de que Vossa Excelência, melhor do que ninguém, saberia, como candidato, dar dimensão à campanha eleitoral que se aproxima”, afirmou. Nunes disse ainda que Pinheiro é um dos melhores parlamentares do Brasil.
O senador Cristovam Buarque (PDT /DF) destacou que o pronunciamento de Pinheiro ficará na história e poderá ainda deixar marcas no processo político. “Além do discurso histórico a ser lembrado pela marca que deixou aqui, eu espero que ele tenha um papel político também, que traga juízo às pessoas que tem propostas de transformação e que saiba que o que você está propondo, que chamou de manequim, cabe muito bem em você como a roupa de quem carregaria uma bandeira transformadora. Não só por causa das propostas, mas também pela capacidade de ampliação de aliança. Eu espero que a Bahia possa ter o seu nome na hora de escolher”. Buarque disse ainda que a Bahia só tem a ganhar com Pinheiro na lista de candidatos ao Governo. “Eu não vou votar na Bahia, não vou manifestar o meu voto porque eu quero esperar quem são os outros também. Mas que seria muito bom para a Bahia ter o seu nome na lista dos candidatos para que o povo baiano escolha melhor, não tenha dúvida”, defendeu.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS), defendeu que Pinheiro é o candidato natural do PT. “Estou dizendo uma coisa que não interessa a mim. Sei que V. Exª não é um bom candidato para nós [do PMDB]. V. Exª é um candidato para ganhar. Pelo candidato que o Governador está apoiando, os meus amigos da Bahia devem estar contentes. Aliás, vão me cobrar também pelo pronunciamento. Mas o candidato para ganhar é V. Exª, o candidato da representatividade”, revelou.
O líder do Governo Dilma, senador Eduardo Braga (PMDB – AM), destacou os enfrentamentos de matérias importantes na Casa, conduzidas por Pinheiro. “Matérias dificílimas que, inclusive, o povo baiano precisa saber reconhecer, para dar o devido valor ao trabalho que V. Exª desempenhou. Eu poderia aqui citar inúmeros desses exemplos, mas eu quero apenas citar um: Fundo de Participação dos Estados. Aqueles que nos assistem lá da Bahia precisam entender que o Fundo de Participação dos Estados significa mais dinheiro para a segurança, saúde, educação para o seu filho, para o seu cotidiano, para a sua vida. E numa matéria que todos nesta Casa achavam que era impossível de ser equalizada, pela sua persistência, pela sua autenticidade na argumentação, pela sua forma franca e sincera, pelo bem do Brasil, pelo bem da Bahia, conseguiu algo inédito, que foi garantir que a Bahia não tivesse perda de recursos no Fundo de Participação dos Estados e que o povo baiano não sofresse com isso. Quero dizer que V. Exª faz bem a Bahia, que V. Exª faz bem ao Brasil, que V. Exª tem feito muito bem ao Senado da República e tem feito muito bem ao Partido dos Trabalhadores aqui nesta Casa”.
O discurso de Pinheiro também teve apartes da senadora Ana Amélia (PP/RS), do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) de Casildo Maldaner (PMDB-SC) e de Sérgio Souza (PMDB-PR). Nitidamente emocionado, o senador Pinheiro agradeceu aos apartes dos colegas e disse esperar que o PT, neste sábado, possa decidir sabiamente sobre a sucessão ao governo em 2014, “que possa analisar, tomar a decisão e contribuir para que a boa caminhada que o Governador Jaques Wagner toca na Bahia, hoje, a gente possa ter a oportunidade de continuar tocando, continuar levando esse projeto adiante”, finalizou.
Assessoria de Comunicação do senador Walter Pinheiro (PT-BA)