Prefeitura suspende atividades, em decorrência da infecção de servidores pela covid-19
Auxiliar panamenho preside empresa que empregará Dirceu
Reportagem do ‘Jornal Nacional’ mostra que responsável pela administração do hotel St. Peter mora em área pobre do Panamá e tem mil empresas em seu nome
O presidente da empresa que administra o hotel Saint Peter, novo empregador de José Dirceu, é um auxiliar de escritório panamenho, que mora em uma área pobre do país centro-americano e possui mais de mil empresas registradas em seu nome, informou na terça-feira o Jornal Nacional, da TV Globo. Cumprindo pena no regime semiaberto após sua condenação no julgamento do mensalão, o ex-ministro da Casa Civil foi contratado pelo hotel para receber 20 000 reais de salário e aguarda autorização da Justiça para começar a trabalhar.
Segundo reportagem do Jornal Nacional, o presidente da “Truston International Inc”, empresa sediada no Panamá e sócia majoritária do hotel, é José Eugênio Silva Ritter, um auxiliar de escritório de uma firma de advocacia chamada Morgan y Morgan. A reportagem encontrou Ritter lavando o carro na porta de sua casa, em um bairro pobre da Cidade do Panamá. Ele disse ao jornal que não se lembrava da Truston e pediu para a reportagem buscar mais informações no escritório de advocacia. A Morgan y Morgan se descreve como uma firma que ajuda na fundação e administração de empresas internacionais com sede no Panamá.
Paulo de Abreu – Responsável pela contratação de Dirceu, o também sócio do Saint Peter, Paulo de Abreu, disse ao jornal que Ritter “é um empresário estrangeiro que foi apresentado por meio de um advogado”. Paulo é irmão de José Masci de Abreu, presidente do PTN, partido aliado do governo. De acordo com o contrato social exibido pelo Jornal Nacional, Paulo de Abreu é apenas o sócio minoritário do hotel, possuindo uma cota no valor de 1 real. Todas as outras cotas, que somam 499 999 reais, pertencem à panamenha Truston.
Ao contrário do que ocorre no Brasil, pela legislação do Panamá os empresários não são obrigados a informar às autoridades quando as companhias são transferidas de donos. Isso acaba dificultando a identificação do verdadeiro dono de uma empresa, que pode ser aberta no nome de uma pessoa e depois transferida sem que ninguém saiba.
Ao Jornal Nacional, a advogada de Paulo Abreu afirmou que a sócia majoritária da Truston era até segunda-feira a nora dele, a empresária Lara Severino Vargas, quando vendeu sua parte a Paulo Abreu. Conforme a advogada, Abreu é dono de 60 % do prédio onde funciona o hotel Saint Peter. Os outros 40 % pertenceriam ao empresário Paulo Naya.
O Saint Peter é o único hotel do empresário Paulo de Abreu, que atua no setor de radiodifusão. Ele é dono da TOP TV que acaba de ser beneficiada pelo governo com autorização para transferir sua antena do interior de São Paulo para a Avenida Paulista, aumentando seu raio de ação.
(Com Estadão Conteúdo)