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Prioridade para o aluno. Por Francisco Nery Júnior
Essa afirmação é muito usada e ouvida nos meios acadêmicos e na mídia, e é verdadeira. A prioridade do sistema educacional deve ser o aluno. Sem aluno, não há sistema, não há escola. Todo o esforço da escola deve se dirigir para o desenvolvimento global do aluno; do educando. É como na área da saúde. Se todo o esforço dos serviços de saúde não redundar em indivíduos sadios para viverem a vida, serem felizes e produzirem, nada feito. Nada faz sentido. Os rios de dinheiro que desembocam na educação e saúde só se justificam se proporcionarem a formação de indivíduos sadios e educados.
O aluno é prioridade. Mas devemos ter cuidado com o conceito levado às últimas consequências. O processo educativo é – e sempre será – um esforço. Tudo o que é bom neste mundo requer esforço. Até para se contemplar a natureza – notemos a beleza da natureza -, é preciso um pouco de esforço e educação. Tanto assim é que uns olham, mas não a contemplam. Veem, mas não enxergam. Contemplar implica comprometimento. E comprometimento nestes tempos de liberalidade levada às últimas consequências é coisa rara.
Princípios irrefutáveis de convivência e harmonia têm que ser necessariamente observados nas nossas escolas, se quisermos resultados eficientes. Se observarmos os sistemas educacionais de países que estão à nossa frente, observaremos que aqueles princípios são observados. Retornar ao professor a função inerente de coordenar o processo educativo com autoridade é fundamental. Nós nos referimos à autoridade responsável exercida por alguém devidamente preparado nas nossas universidades. Alguém afirmou que país que não reverencia as suas figuras históricas não se desenvolve. Sistemas que achincalham os seus professores estão fadados ao fracasso. No mínimo, à mediocridade, que é onde a educação se encontra no Brasil atualmente, com algumas honrosas exceções.
Sim, o aluno como indivíduo é o fim último do esforço educacional de qualquer sociedade. Poderíamos, porém, e a propósito, pensar um pouco além. Se o indivíduo educado é feliz, se relaciona melhor na sociedade e produz mais para o bem de todos, podemos afirmar que, além desse indivíduo, do aluno no caso das escolas, está a sociedade, ou a nação como grupo mais ou menos uniformizado em termos de cultura, origem e formação. O bem coletivo nacional e a felicidade estão além do aluno, podemos então afirmar.
As nações educadas produzem bens materiais e culturais que beneficiam toda a humanidade. Nenhum grupo de homens, ou nações, é intrinsecamente melhor que outro. Se olharmos, por outro lado, e por exemplo, a lista de ganhadores do Prêmio Nobel, verificaremos que os agraciados, aqueles que contribuíram para o desenvolvimento das ciências e das artes são, na sua maioria, cidadãos de países desenvolvidos. A educação que priorizou o indivíduo, sem preocupação de manchetes ou de clichês, mantendo princípios fundamentais de ordem, respeito mútuo e responsabilidade, foi o agente fundamental para o desenvolvimento de todos.
As melhores escolas do Brasil não são necessariamente escolas de ricos, melhor equipadas e com professores com melhores salários. Tudo isso é importante, sem sombra de dúvida. Mas, se observarmos bem, as escolas de sucesso no Brasil são as que priorizam o aluno no que tange a preocupação do gestor em participar e caminhar junto. São as que mantêm os alunos na escola por mais tempo e aquelas em que os pais participam ativamente da elaboração e do desenvolvimento do planejamento escolar. Os pais dessas escolas não consideram o professor inimigo do seu filho, muito menos opressor, mas parceiro responsável para o melhor rendimento de todo o esforço escolar.
Francisco Nery Júnior