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Assédio moral no trabalho: é preciso estar atento! Por Vagner Brandão
Assédio moral é a exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções. É mais comum em relações hierárquicas, onde podemos observar claramente condutas negativas e relações desumanas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho, forçando-o a desistir do emprego.
Caracteriza-se principalmente pela degradação das condições de trabalho, constituindo uma experiência que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador.
A vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações, passando a ser ridicularizada, inferiorizadae desacreditada diante dos colegas. Estes, por medo do desemprego e a vergonha de serem também humilhados, rompem os laços afetivos com a vítima e, frequentemente, reproduzem ações e atos do agressor no ambiente de trabalho. Enquanto isso, a vítima vai se desestabilizando aos poucos, perdendo sua autoestima e vontade de se relacionar com os companheiros.
Em resumo, podemos dizer que um ato isolado de humilhação não é assédio moral. Para que haja assédio moral, temos que observar se há repetição da ação; intencionalidade (forçar o outro a abrir mão do emprego); direcionalidade (uma pessoa do grupo é escolhida); temporalidade (durante a jornada, por dias e meses); degradação das condições de trabalho.
Entretanto, quer seja um ato ou a repetição deste ato, devemos combater firmemente por constituir uma violência psicológica, causando danos à saúde física e mental, não somente daquele que é excluído, mas de todo o coletivo que testemunha esses atos.
Para isso, a vítima deve tomar as seguintes atitudes:
– Resistir: anote com detalhes todas as humilhações sofridas;
– Dar visibilidade: procure a ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o fato ou que já sofreram humilhações do agressor;
– Organizar: o apoio é fundamental dentro e fora da empresa.
– Evitar conversar com o agressor, sem testemunhas;
– Procurar seu sindicato e relatar o acontecido para diretores e outras instâncias, como: advogados, Ministério Público, Justiça do Trabalho, Comissão de Direitos Humanos e Conselho Regional de Medicina.
O combate de forma eficaz ao assédio moral no trabalho exige a formação de um coletivo multidisciplinar, envolvendo diferentes profissionais: sindicatos, advogados, médicos do trabalho e outros profissionais de saúde, sociólogos, antropólogos e grupos de reflexão sobre o assédio moral. Estes são os passos iniciais para conquistarmos um ambiente de trabalho saneado de riscos e violências e que seja sinônimo de cidadania.
POR VAGNER BRANDÃO MONTALVÃO
Estagiário do Escritório “Rafael Santana Advogados Associados”.