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MÉDICA CUBANA DEIXA MAIS MÉDICOS E PEDE AJUDA AO DEMOCRATAS
A médica cubana Ramona Matos Rodriguez está abrigada desde o início da noite de hoje (4/2) na liderança do Democratas na Câmara onde terá apoio jurídico para pedido de asilo político. Ramona fugiu no último sábado (1º/2) de Pacajá, no interior do Pará, onde atuava pelo programa Mais Médicos. A profissional pediu ajuda ao Democratas depois que obteve a informação de que a polícia federal esteve a sua procura e que seu telefone foi rastreado pela PF. O pedido de asilo será protocolado nesta quarta-feira (5/2) no Ministério da Justiça.
A médica disse que se sentiu enganada ao tomar conhecimento de que o contrato assinado em Cuba com uma sociedade anônima de nome Comercializadora de Serviços Médicos Cubanos, não com a OPAS, não correspondia às condições anunciadas pelo governo brasileiro. Ramona assinou o contrato de US$ 1 mil, US$ 400 dos quais recebia no Brasil e os outros US$ 600 seriam depositados numa conta em Cuba com acesso à médica apenas ao final de seu trabalho no Brasil daqui a três anos. O valor do salário anunciado pelo programa é de R$ 10 mil reais.
“Sempre dissemos que não nos opomos à vinda de médicos estrangeiros ao Brasil. Mas defendemos, o que foi repelido pelo governo brasileiro, a vinda de médicos cubanos com liberdade de ir e vir em condições de igualdade e cidadania com qualquer cidadão brasileiro. O governo de forma criminosa foi conivente com essas condições de mão-de-obra forçada imposta por um regime ditatorial. Veja a gravidade dos fatos. Essa médica clama por liberdade e daremos apoio jurídico a ela e qualquer cubano que quiser se refugiar”, relatou Caiado. “Se Ramona voltar a Cuba será presa. O Brasil é signatário de um tratado de direitos humanos que não pode ser inferior a um projeto de lei (o que criou o Mais Médicos). Informamos o fato ao presidente da Casa e exigimos segurança para que médica não seja perseguida”, disse.
“Fiquei com muito medo quando uma amiga me informou que a polícia foi atrás de mim e meu telefone estava rastreado. Foi aí que pedi apoio ao deputado. Esse contrato é um engano”, afirmou Ramona Rodriguez. Ela contou que descobriu a diferença entre o contrato cubano e o programa anunciado no Brasil quando fez o curso inicial em Brasília, em outubro, quando chegou ao Brasil. No período, segundo ela, médicos de outros países, que também atuariam no programa, informaram que receberiam o salário de R$ 10 mil. Seu contrato foi assinado em setembro com a Sociedade Mercantil Cubana Comercializadora de Serviços Médicos Cubanos S.A., ao contrário do anunciado pelo governo brasileiro de que seria um convênio com a Organização Panamericana da Saúde (OPAS). Em momento algum a OPAS é mencionada no documento de prestação de serviços.
“Nós juramos cumprir a Constituição, respeitar a Carta Maior deste País, que reza que qualquer brasileiro, ou qualquer estrangeiro legalmente admitido neste território, tem que ser respeitado na liberdade de ir e vir, de se movimentar, de falar ao telefone sem ser incomodado pela polícia brasileira como se vivêssemos numa ditadura semelhante à ditadura cubana. Não posso aceitar, em nome do Democratas, da nossa bancada”, destacou o líder da bancada Mendonça Filho (PE). “Nós vamos juntos à Justiça brasileira garantir o direito de que ela não será perseguida, de que ela terá direito a asilo político no território brasileiro. Nós não vamos aceitar este País ser transformado na Bolívia, na Venezuela ou muito menos em Cuba”, completou.
Ramona, médica há 27 anos especialista em medicina geral, contou ainda que tem um cartão de residência no Brasil e para se deslocar para outra cidade – fora de Pacajá – deveria comunicar ao seu supervisor cubano instalado em Belém. “Além das condições de trabalho análogas à escravidão, esse contrato configura crime de desvio de dinheiro público. A OPAS não aparece no contrato. A maior parte do valor do salário vai para essa S.A. A médica está servindo de mercadoria”, protestou Caiado.