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Suspeito de acender rojão que matou cinegrafista é preso na Bahia
Caio Silva de Souza, suspeito de ter provocado a morte do cinegrafista Santiago Andrade durante ato contra o aumento da tarifa de ônibus no Rio de Janeiro, na semana passada, foi preso na madrugada desta quarta-feira em uma pousada na cidade de Feira de Santana, na Bahia.
Ele foi preso pelo delegado que investiga o caso, Maurício Luciano, titular da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão), do Rio de Janeiro. O suspeito foi encontrado sozinho e não reagiu.
Hergleidson de Jesus Moreira, recepcionista da pousada, afirmou que Souza havia se hospedado nessa terça no período da tarde, com o nome de Vinícius Marcos de Castro. Como não estava trabalhando nesse horário, Moreira não sabe se o suspeito usou algum documento para se registrar.
Por volta de 2h do horário local (3h de Brasília), o recepcionista contou que chegaram à pousada policiais civis, acompanhados do advogado e da irmã do suspeito. Após a mulher conversar com o irmão, ele deixou o quarto acompanhado por dois policiais civis. Moreia disse que só descobriu quem era o então hóspede após fazer uma pesquisa na internet.
Foi o próprio delegado que entrou no quarto e anunciou a prisão. Ele estava acompanhado de Jonas Tadeu, advogado de Caio Silva de Souza e também de Fábio Raposo, homem que entregou o rojão para Caio durante a manifestação da quinta-feira.
Mauricio Luciano afirmou, segundo depoimento à Globonews, que tinha informações por meio da inteligência que Caio Silva de Souza havia deixado o Rio de Janeiro em direção ao Nordeste nessa terça-feira, logo após saber que sua prisão havia sido decretada.
Jonas Tadeu afirmou, também segundo a emissora, que Souza seguia em direção ao Ceará, na casa de um avô. O suspeito, no entanto, parou no meio do caminho, em Feira de Santana, depois de ser convencido a se entregar – o advogado e a namorada ajudaram nessa negociação. Segundo o delegado, o suspeito estava com fome e cansado, já que estava há quase dois dias sem dormir.
Maurício Luciano afirmou que a previsão é que Caio, 23 anos, chegue ao Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, por volta de 9h. De lá ele deve ser levado para a Cidade da Polícia, no Jacarezinho, onde deverá ser apresentado.
Jonas Tadeu declarou que seu cliente estava desesperado, e com medo de sofrer represálias, por conta da repercussão do caso.
Procurado por homicídio doloso qualificado – quando há intenção de matar – por uso de artefato explosivo e pelo crime de explosão, o suspeito era considerado foragido pela polícia, desde que foi expedido um mandado de prisão temporária em seu nome na noite de segunda-feira. O Disque-Denúncia havia lançado nessa terça-feira um cartaz com a foto do suspeito. Segundo informações, ele é morador da Baixada Fluminense e tem duas passagens pela polícia.
Atingido em protesto, cinegrafista tem morte cerebral
Santiago foi atingido na cabeça por um rojão durante a cobertura de um protesto contra o aumento das passagens de ônibus no Centro do Rio de Janeiro, no dia 6 de fevereiro. Além dele, outras seis pessoas ficaram feridas na mesma manifestação.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, o cinegrafista chegou em coma ao hospital municipal Souza Aguiar. Ele sofreu afundamento do crânio, perdeu parte da orelha esquerda e passou por cirurgia no setor de neurologia. A morte encefálica foi informada pela secretaria no início da tarde de 10 de fevereiro, após ser diagnosticada pela equipe de neurocirurgia do hospital onde ele estava internado no Centro de Terapia Intensiva.
O tatuador Fábio Raposo confessou à polícia ter participado da explosão do rojão que atingiu Santiago. Ele foi preso na manhã de domingo em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. O delegado Maurício Luciano, titular da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão) e responsável pelas investigações, disse que Fábio já foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado e crime de explosão e que a pena pode chegar a 35 anos de reclusão.
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